quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
FELIZ NATAL A VOCÊS QUE ME VISITAM
NATAL - Auta de Sousa
É meia noite ... O sino alvissareiro,
Lá da igrejinha branca pendurado,
Como num sonho místico e fagueiro,
Vem relembrar o tempo do passado.
Ó velho sino, ó bronze abençoado,
Na alegria e na mágoa companheiro!
Tu me recordas o sorrir primeiro
De menino Jesus imaculado.
E enquanto escuto a tua voz dolente,
Meu ser que geme dolorosamente
Da desventura, aos gélidos açoites ...
Bebe em teus sons tanta alegria, tanta!
Sino que lembras uma noite santa,
Noite bendita mais que as outras noites!
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
POLICROMIAS – um collorarium de peças literárias
Boa noite a todos, senhores e senhoras presentes, a quem saúdo na pessoa da presidente da AJEB, Maria Luísa Bonfim.
Foi com satisfação que recebi e aceitei o convite da poeta Giselda Medeiros, presidente de honra e diretora de publicação da Associação de Jornalistas e Escritoras Brasileiras – AJEB – para apresentar este 6º volume da Coletânea Policromias, uma edição comemorativa do 40º aniversário da Associação.
Não poderia haver nome mais adequado do que Policromias para traduzir a multiplicidade de textos que compõem o volume. São variadas nuanças, numa diversidade de gêneros e estilos, como a compor um quadro de tonalidades e matizes, não de cores, mas de palavras que analisam, perquirem, contam, recontam, bordam histórias, falam de glórias e tecem sentimentos, encantos e desencantos, segredos e esperas.
O cronista angolano Carmo Neto diz que criar é um exercício de liberdade. De fato, quando se juntam experiências diversas desse exercício, tem-se o texto como fruição, como projeto estético ou como apenas catarse. Pouco importam intenções ou rótulos, a necessidade de quem escreve é também a de quem lê.
Nesse mesmo raciocínio sobre a criação, Walter Benjamim, ao referir-se a textos narrativos, disse: “O narrador conta o que ele extrai da experiência – sua própria ou aquela contada por outros. E, de volta, ele a torna experiência daqueles que ouvem a sua história”. O filósofo parece ter proferido essas palavras pensando na crônica; ou, talvez, pensasse na epístola, gênero praticamente desaparecido, que, não despretenciosamente, abre essa miscelânea literária. Falo da Carta de Beatriz Alcântara, cuja emoção nos arrebata e faz seguirmos com a narradora o tempestuoso percurso para enterrar os ossos dos avôs. Com ela, enfrentamos a procela e respiramos gratificados quando a missão é cumprida e resta a trivial realidade de um computador deixado ligado na tomada. Heloísa Barros Leal também incursiona pelo mesmo gênero, como Haroldo Lyra, com outras proposições.
A crônica, o mais simples e sublime exercício de partilha de experiências e observações, possibilita rápidas viagens aos universos criados pelos dedos de Evan Bessa, Zenaide Marçal, Nirvanda Medeiros, Ione Arruda, Ilnah Soares, Germano Muniz, Margarida Alencar, Rosa Firmo, Stella Furtado, Zinah Alexandrino, João de Deus, Vicente Alencar e Rosa Virgínia Carneiro, muitas vezes se confundindo com prosa poética. Talvez seja essa a forma de composição mais praticada na atualidade, “porque nós temos consciência da extraordinária violência com que o tempo vai levando as coisas e as gentes, daí a necessidade de registrar, de alguma forma, o que se passou e passa no âmbito pessoal e intransferível”, como afirma Ivan Lessa. Vou além: a crônica satisfaz nossa ânsia de comunicação com o outro, não requer recursos estéticos, não enseja belicosos trabalhos de linguagem, constrói-se na simplicidade da nossa própria visão de mundo e nos dá a oportunidade de ser pessoais, sem sermos piegas, de celebrar o instante que passa, sem deixá-lo ir completamente.
O conto é outro exercício ficcional praticado pelos ajebianos e, nesta coletânea, vem representado pela criação de Regina Barros Leal, Evan Bessa, Ednilo Soárez e Celina Côrte Pinheiro. O ensaio também ocupa espaço nestas páginas; poetas e contistas saem da sua condição de criadores do texto literário para analisá-los ou discorrerem sobre a realidade circundante. Ebe Braga Frota fala sobre a educação como fator de progresso social; Giselda discorre sobre a trova; Maria Luisa Bonfim escreve sobre os poemas de Pablo Neruda; Francisco Carvalho analisa a poesia de Neide Azevedo; Maria Amélia Barros Leal investiga o universo ficcional de Moreira Campos e Claudio Queiroz percorre a ficção de Dostoiévski. O discurso, gênero essencialmente oratório, tem registro com peças de autoria de José Augusto Bezerra, João de Deus, Maria do Carmo Fontenelle e Eduardo Fontes.
Já a poesia, a composição escrita que mais se comunica com a alma, domina as páginas da coletânea, em versos de muitos contistas, cronistas e ensaístas já citados, bem como na inspiração de Rejane Costa Barros, Nilze Costa e Silva, Argentina Andrade, Lúcia Helena Pereira, Ana Paula de Medeiros, Manoel César, Regine Limaverde, Salete Passos Urano, Tereza Porto, Bernadete Sampaio, Clara Leda, Mary Ann Leitão Karan, Sabrina Melo, Viviane Fernandes, Maria Helena Macedo, Pereira de Albuquerque, Vital Arruda, J. Udine, Moacir Gadelha, Sérgio Macedo, Sílvio dos Santos Filho e Waldir Rodrigues. A eles se agregam os Poemas vencedores do IV Concurso Literário Professora Edith Braga, realizado pela AJEB-CE, em 2009, especialmente os três primeiros lugares conquistados por Sabrina Melo, Arleni Portelada e Francisco Bento Leitão Filho. Todos sabem, como Valtaire, que “O esplendor da relva só pode mesmo ser percebido pelo poeta. Os outros pisam nela”, ou seja, sabem da missão de descortinar o mundo que não se mostra a qualquer um, somente àqueles que trazem nos olhos a poesia que dorme nos seres e nas coisas.
Nesse corollarium de peças literárias, não há hierarquia nem juízo de valor. A moeda é a criação advinda da necessidade de confirmar a própria existência. Escrever sempre será um ato de liberdade e afinação com a vida; sempre será a projeção de um grito de dor ou prazer... ou apenas um grito que se quer ouvido. Parabéns à poeta Giselda pela organização da coletânea e a todos os participantes que, não tenho dúvida, entendem a vida pelo diálogo entre as palavras e os silêncios.
Obrigada!
Aíla Sampaio
Foi com satisfação que recebi e aceitei o convite da poeta Giselda Medeiros, presidente de honra e diretora de publicação da Associação de Jornalistas e Escritoras Brasileiras – AJEB – para apresentar este 6º volume da Coletânea Policromias, uma edição comemorativa do 40º aniversário da Associação.
Não poderia haver nome mais adequado do que Policromias para traduzir a multiplicidade de textos que compõem o volume. São variadas nuanças, numa diversidade de gêneros e estilos, como a compor um quadro de tonalidades e matizes, não de cores, mas de palavras que analisam, perquirem, contam, recontam, bordam histórias, falam de glórias e tecem sentimentos, encantos e desencantos, segredos e esperas.
O cronista angolano Carmo Neto diz que criar é um exercício de liberdade. De fato, quando se juntam experiências diversas desse exercício, tem-se o texto como fruição, como projeto estético ou como apenas catarse. Pouco importam intenções ou rótulos, a necessidade de quem escreve é também a de quem lê.
Nesse mesmo raciocínio sobre a criação, Walter Benjamim, ao referir-se a textos narrativos, disse: “O narrador conta o que ele extrai da experiência – sua própria ou aquela contada por outros. E, de volta, ele a torna experiência daqueles que ouvem a sua história”. O filósofo parece ter proferido essas palavras pensando na crônica; ou, talvez, pensasse na epístola, gênero praticamente desaparecido, que, não despretenciosamente, abre essa miscelânea literária. Falo da Carta de Beatriz Alcântara, cuja emoção nos arrebata e faz seguirmos com a narradora o tempestuoso percurso para enterrar os ossos dos avôs. Com ela, enfrentamos a procela e respiramos gratificados quando a missão é cumprida e resta a trivial realidade de um computador deixado ligado na tomada. Heloísa Barros Leal também incursiona pelo mesmo gênero, como Haroldo Lyra, com outras proposições.
A crônica, o mais simples e sublime exercício de partilha de experiências e observações, possibilita rápidas viagens aos universos criados pelos dedos de Evan Bessa, Zenaide Marçal, Nirvanda Medeiros, Ione Arruda, Ilnah Soares, Germano Muniz, Margarida Alencar, Rosa Firmo, Stella Furtado, Zinah Alexandrino, João de Deus, Vicente Alencar e Rosa Virgínia Carneiro, muitas vezes se confundindo com prosa poética. Talvez seja essa a forma de composição mais praticada na atualidade, “porque nós temos consciência da extraordinária violência com que o tempo vai levando as coisas e as gentes, daí a necessidade de registrar, de alguma forma, o que se passou e passa no âmbito pessoal e intransferível”, como afirma Ivan Lessa. Vou além: a crônica satisfaz nossa ânsia de comunicação com o outro, não requer recursos estéticos, não enseja belicosos trabalhos de linguagem, constrói-se na simplicidade da nossa própria visão de mundo e nos dá a oportunidade de ser pessoais, sem sermos piegas, de celebrar o instante que passa, sem deixá-lo ir completamente.
O conto é outro exercício ficcional praticado pelos ajebianos e, nesta coletânea, vem representado pela criação de Regina Barros Leal, Evan Bessa, Ednilo Soárez e Celina Côrte Pinheiro. O ensaio também ocupa espaço nestas páginas; poetas e contistas saem da sua condição de criadores do texto literário para analisá-los ou discorrerem sobre a realidade circundante. Ebe Braga Frota fala sobre a educação como fator de progresso social; Giselda discorre sobre a trova; Maria Luisa Bonfim escreve sobre os poemas de Pablo Neruda; Francisco Carvalho analisa a poesia de Neide Azevedo; Maria Amélia Barros Leal investiga o universo ficcional de Moreira Campos e Claudio Queiroz percorre a ficção de Dostoiévski. O discurso, gênero essencialmente oratório, tem registro com peças de autoria de José Augusto Bezerra, João de Deus, Maria do Carmo Fontenelle e Eduardo Fontes.
Já a poesia, a composição escrita que mais se comunica com a alma, domina as páginas da coletânea, em versos de muitos contistas, cronistas e ensaístas já citados, bem como na inspiração de Rejane Costa Barros, Nilze Costa e Silva, Argentina Andrade, Lúcia Helena Pereira, Ana Paula de Medeiros, Manoel César, Regine Limaverde, Salete Passos Urano, Tereza Porto, Bernadete Sampaio, Clara Leda, Mary Ann Leitão Karan, Sabrina Melo, Viviane Fernandes, Maria Helena Macedo, Pereira de Albuquerque, Vital Arruda, J. Udine, Moacir Gadelha, Sérgio Macedo, Sílvio dos Santos Filho e Waldir Rodrigues. A eles se agregam os Poemas vencedores do IV Concurso Literário Professora Edith Braga, realizado pela AJEB-CE, em 2009, especialmente os três primeiros lugares conquistados por Sabrina Melo, Arleni Portelada e Francisco Bento Leitão Filho. Todos sabem, como Valtaire, que “O esplendor da relva só pode mesmo ser percebido pelo poeta. Os outros pisam nela”, ou seja, sabem da missão de descortinar o mundo que não se mostra a qualquer um, somente àqueles que trazem nos olhos a poesia que dorme nos seres e nas coisas.
Nesse corollarium de peças literárias, não há hierarquia nem juízo de valor. A moeda é a criação advinda da necessidade de confirmar a própria existência. Escrever sempre será um ato de liberdade e afinação com a vida; sempre será a projeção de um grito de dor ou prazer... ou apenas um grito que se quer ouvido. Parabéns à poeta Giselda pela organização da coletânea e a todos os participantes que, não tenho dúvida, entendem a vida pelo diálogo entre as palavras e os silêncios.
Obrigada!
Aíla Sampaio
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
NOSSOS PARABÉNS À REJANE COSTA BARROS PELA CONQUISTA DO PRÊMIO COSTA MATOS DE POESIA
Eis o poema classificado em 1º Lugar:
ENIGMAS
Rejane Costa Barros
Saber-se assim, solta no vento,
é ter a sensação de que o pó da estrada
voou para longe.
Tenho chaves no peito que deságuam
minhas solidões
e vão abrindo os portões do meu celeiro.
O momento em que estou diante de ti
vem me destemperando a alma
e fazendo com que eu ouça o silêncio
aquele que amadurece as frutas
que vingam em meu corpo.
O mapa dos meus olhos
radiografa teus caminhos
e despe a cidade rasgando as pétalas do desejo.
Querer-te próximo
é roçar uma plantação de enigmas
ávidos caçadores de palavras
escrevendo poemas e soltando às estrelas
as desalinhadas promessas.
A noite se inscreve nessa história
como se o vinho temperasse a solidão
e abandonasse as escrituras,
jogasse ao chão as folhas mortas,
e rasgasse os absurdos, a falta de nexo, o desconsolo.
Minhas sombras estão impregnadas nas areias da memória
por ela vivo e dela me socorro.
Nas dúvidas do caminho interrompido e sem amarras
às vezes brotam em mim urtigas.
Na maioria das vezes, nascem em mim gerânios
que refletem imagens nas lâminas de vidro
pequenos depositários dos meus anseios.
Abrigo as estrelas e estendo as mãos
com melancólicos versos de cantigas do amor distante,
assim, aponto ao horizonte mirando os pássaros
do meu destino, em curvas delineadas pela fragilidade
com que o amor nos dilacera a alma, sangrando
os musgos da nossa existência!
ENIGMAS
Rejane Costa Barros
Saber-se assim, solta no vento,
é ter a sensação de que o pó da estrada
voou para longe.
Tenho chaves no peito que deságuam
minhas solidões
e vão abrindo os portões do meu celeiro.
O momento em que estou diante de ti
vem me destemperando a alma
e fazendo com que eu ouça o silêncio
aquele que amadurece as frutas
que vingam em meu corpo.
O mapa dos meus olhos
radiografa teus caminhos
e despe a cidade rasgando as pétalas do desejo.
Querer-te próximo
é roçar uma plantação de enigmas
ávidos caçadores de palavras
escrevendo poemas e soltando às estrelas
as desalinhadas promessas.
A noite se inscreve nessa história
como se o vinho temperasse a solidão
e abandonasse as escrituras,
jogasse ao chão as folhas mortas,
e rasgasse os absurdos, a falta de nexo, o desconsolo.
Minhas sombras estão impregnadas nas areias da memória
por ela vivo e dela me socorro.
Nas dúvidas do caminho interrompido e sem amarras
às vezes brotam em mim urtigas.
Na maioria das vezes, nascem em mim gerânios
que refletem imagens nas lâminas de vidro
pequenos depositários dos meus anseios.
Abrigo as estrelas e estendo as mãos
com melancólicos versos de cantigas do amor distante,
assim, aponto ao horizonte mirando os pássaros
do meu destino, em curvas delineadas pela fragilidade
com que o amor nos dilacera a alma, sangrando
os musgos da nossa existência!
sábado, 27 de novembro de 2010
CONVITE
A Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil, Coordenadoria do Ceará, convida para o lançamento de Policromias - 6º Volume, livro que traz a participação de 50 Autores.
A apresentação da obra e de seus participantes será feita pela Escritora Aíla Sampaio, da Academia Cearense da Língua Portuguesa.
Local: Academia Cearense de Letras - Rua do Rosário, nº 1, Centro.
Data: 7 de dezembro de 2010 (terça-feira)
Horário: 19h
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
DO LIVRO ÂNFORA DE SOL - GISELDA MEDEIROS
O AZUL SILENCIOSO DOS ESPINHOS EM TRÊS MOVIMENTOS
Movimento 1
(para Lúcia Helena Pereira)
Quando a noite amanhece em tuas heras,
e o tempo reverdece-me a saudade,
sou sílaba suspensa sobre o medo,
cartilha ancestral de meus degredos.
Reinvento-me vogal, faço-me rima
para acender-te um verso em arco-íris,
sob os cílios de um céu feito de ânsias.
O caminho das águas são espelhos
que refletem ferrugem, desespero,
e onde uma andorinha fia esperas.
Assusta-me esse azul silencioso
posto sobre o fantasma de mim mesma,
artéria em que rumina uma saudade
com seu hálito de espinhos suicidas.
Movimento 2
(para Gisele Bueno Pinto)
Entre o silêncio e a festa da paisagem,
há um pássaro bicando meus fantasmas,
sob a silhueta da canção das pálpebras,
porcelana azul de minhas inquietudes.
O silêncio rendilha as esperanças
que minha alma tricotou na infância.
A festa da paisagem célere avança
com seus silentes olhos de crepúsculo.
Fio a dor do silêncio... A dor é tudo
que minha arte sente, que extravasa
nos sombrios espelhos da memória.
Ah, deixem-me cantar minha canção
na dor silenciosa dos espinhos,
porquanto a aurora ainda é paisagem em mim!
Movimento 3
(para Sylvia Helena Tocantins)
Sob o olhar sombroso dos alpendres,
refaço-me em letras e apascento
o azul silencioso dos espinhos
que o medo me enxertou com seus ancinhos.
Na parede da sala, insone espelho
aprisiona o meu olhar vermelhoe tinge de ocre meu lábio calado,
há muito pelo tempo embalsamado.
O pálido relógio marca a sombra
das horas líquidas que ontem deixaram
seus rastros de procela nas alfombras.
A cortina dos medos se descerra...
E vejo dedos, céleres, que aram
novo jardim de amores sobre a terra.
sábado, 13 de novembro de 2010
Inspiração Tecida em Fá Maior (para Giselda Medeiros)
Tu és a musicista das palavras,
tal qual Hermeto em seu acorde
dissonante. A busca do espectro
perdido em um flash indefectivo.
O sol morrente derrama-se em brasas
sobre o prelúdio como uma canção
alencarina. Mas do que um canto
circunstancial, és atemporal.
O voo rasante e preciso de teus versos
se espalha sobre um oceano parnasiano
ainda restará alguém, que além-mar
poderá lê-la e apreciá-la.
Nem o vento do Aracaty e o verde
mar atlântico poderá almejá-la, pois,
és tu a saudosa musa;
princesa dos poetas cearenses.
Saulo Emanuel
AMIGOS...SIMPLESMENTE AMIGOS... - José Wagner de Paiva Queiroz Lima
Precisa-se urgentemente de amigos para jogar conversa fora...
Que não queiram ser melhores ou piores do que Você...
Que sejam Amigos... simplesmenmte Amigos...
Que te telefonem agradecendo os chocolates e flores recebidas...
Que Você ao lhes confidenciar os seus mais profundos segredos...
Eles possam guardá-los, por mais irressestível que sejam,
no silêncio do seu coração...
Que, sabendo dos teus defeitos e qualidades,
Possam ter por ti um profundo sentimento de respeito...
E, que, agradecidos, façam uma poesia pela tua amizade sincera,
E você, sensivelmente encantada, se sinta a mais bela de todas as Musas...
Amigos com quem você possa dividir sonhos e desejos de realização...
Amigos que acreditem na vida... no que há de mais nobre no ser humano...
Amigos que sonhem juntos por um mundo melhor para nós e nossos filhos...
Amigos que sonhem grande e queiram deixar algo de bom e belo
Para a humanidade e para as gerações que nos sucedem...
Precisa-se urgentemente desses... destes Amigos...
Amigos, simplesmente Amigos...
José Wagner de Paiva Queiroz Lima
Psicólogo & Jornalista (colaborador)
domingo, 31 de outubro de 2010
EVAN BESSA ANIVERSARIA E BRINDA CONVIDADOS COM SEU LIVRO "VIVÊNCIAS DO COTIDIANO"
Com bela e aconchegante recepção no Dallas Gril, ela recebeu seus convidados, ofertando a cada um deles um exemplar de "Vivências do Cotidiano", livro que traz crônicas sobre variados assuntos. Sempre respeitando as características da crônica, ou seja, brevidade, subjetividade, ambiguidade, diálogo, estilo entre o coloquial e o literário e temática do cotidiano, Evan Bessa transita nesse gênero com desenvoltura, estilo próprio, certa dose de humor, enfim, com um conjunto de ingredientes que deixa sua escrita aberta ao gosto do leitor. Podemos dizer que Evan Bessa é uma ficcionista do cotidiano, com uma porção de realidade e fantasia.
Parabéns, Evan. Toda a AJEB se envaidece por tê-la em suas fileiras.
Giselda Medeiros
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
PEREGRINAÇÃO - Fernanda Benevides
Entre ser e não ser,
vou pelos labirintos da vida
desconhecendo o motivo do meu peregrinar.
Entre razão e intuição,
quedo-me ante a lucidez e a loucura.
Eis que o destino cruel pune-me,
submetendo-me à penúria e à desgraça.
Contorço-me em meio às chamas,
depois tudo cessa.
Vencida a dor, o sofrimento recomeça...
E vou rumando à pátria que sonhei ser minha!
(De Quando as Musas Cantam)
domingo, 24 de outubro de 2010
REFLEXÃO DA SEMANA
SER INTELIGENTE SAIU DE MODA?
"Que fazer para que A ALTA CRIAÇÃO INTELECTUAL , CIENTÍFICA OU ARTÍSTICA continue sendo mais importante do que a sola vermelha do último sapato desenhado por Christian Louboutin? Ou que o mais recente ENSINAMENTO ESPIRITUAL de Dalai Lama seja considerado mais valioso e intertessante do que o último escândalo de Paris Hilton?" (...)
"TALVEZ fosse o caso, lá (na Inglaterra) como aqui, de pressionar as autoridades para que comecem a afirmar que CULTURA e INTELIGÊNCIA são coisas boas, e delas a gente gosta. E procurar as verdadeiras razões desse perigosa inversão de valores que caracteriza nosso atual momento histórico, no qual os grandes são esquecidos e os medíocres são elevados ao olimpo dos deuses de curta duração."
(...) "Ou seja, não são mais os grandes escritores e compositores, os cientistas e filósofos, não mais os grandes empreendedores, nem sequer os megagaviões da bolsa de valores e dos bancons constituem OS PADRÕES DE SUCESSO E DE AFIRMAÇÃO SOCIAL A SEREM PERSEGUIDOS. A culpa deve ser atribuída , sobretudo, aos atuais modelos e cânones de "celebridade" que contribuem para bloquear os jovens, afastando-os (algumas vezes) do SUCESSO ACADÊMICO."
(Trechos da reportagem in REVISTA PLANETA - COMPORTAMENTO, outubro/2010).
Com desejos de Feliz Final de semana!
José Wagner de Paiva Queiroz Lima, psic/jorn/esc
terça-feira, 19 de outubro de 2010
DUAS ALMAS - Alceu Wamosy/RS
"Ó tu, que vens de longe, ó tu, que vens cansada,
entra, e sob este teto, encontrarás carinho;
eu nunca fui amado, e vivo tão sozinho!
Vives sozinha sempre e nunca foste amada...
A neve anda a branquear, lividamente, a estrada
e minha alcova tem a tepidez de um ninho.
Entra, ao menos até que as curvas do caminho
se banhem no esplendor nascente da alvorada.
E amanhã quando a luz do sol doirar radiosa
essa estrada sem fim, deserta, imensa e nua,
podes partir de novo, ó nômade formosa!
Já não serei tão só, nem irás tão sozinha:
há de ficar comigo uma saudade tua...
Hás de levar contigo uma saudade minha..."
terça-feira, 12 de outubro de 2010
PARA ESTE 12 DE OUTUBRO
Trovas de Tarcísio Fernandes / RN
Nestes tempos atuais,
o que mais vem-me à lembrança
é o exemplo de meus pais
e meus tempos de criança.
Nesta trova, em oração,
que, por Deus, será ouvida,
agradeço a proteção
da Senhora Aparecida.
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
CONVITE
Dia 26 de outubro, às 19h, no Ideal Clube, ocorrerá o lançamento do meu livro ÂNFORA DE SOL.
Espero você lá, ok?
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
CONTEÚDO E CONTINENTE - Giselda Medeiros
Poeta,
de que barro,
de que águas,
de que matéria
vem tua rima,
se ela é tão rara
e embriaga as retinas
ávidas de pérolas,
e de luz, e de canções?!
Chove emoção com teu verso...
E tua poesia é azeite e lâmpada,
fio e teia, corda e harpa,
asa e vôo, luz e estrela,
água e rio,
pássaro que pousa
sobre o azedume da vida
soterrando espantos
e despertando mitos.
Tua poesia escorre sobre nós
como o orvalho sobre a pétala,
tão leve e cristalina...
Poeta, responde-nos:
de que barro,
de que águas,
de que matéria
vem tua rima,
se tua mão guia, no invisível espaço matinal,
o ritmo e a palavra
que começam a dançar nas madrugadas
envoltos no ciciar da brisa,
a explodir em versos sobre tua fronte?!
Tu cantas, Poeta,
a amargura da vida
com a mesma singeleza com que choras
o amor sonhado, encravado nas estrelas.
Teu é o território do sentimento.
Teu é o infinito que se abre para conter o sonho.
Teu é o canto da saudade
evolando nas asas do pássaro do amor.
Por isso, poeta, vem e dize-nos:
de que barro,
de que águas,
de que matéria, enfim, vem tua primorosa rima?!...
(de ÂNFORA DE SOL)
domingo, 5 de setembro de 2010
Histórias C7S - Ex-alunos
UM VATICÍNIO COMPROVADO
Giselda Medeiros
Àquela época, eu cursava no, então, Ginásio 7 de Setembro, o curso de admissão.
Era aquele um dia especial. A turma toda aguardava (alguns apreensivos, outros despreocupados) a entrada triunfal do Dr. Edilson Brasil Soárez.
Aula de Matemática. Professor Nertan. Assoma à porta da sala, com seu costumeiro gesto de rodar levemente a cabeça, o Diretor. Numa atitude cavalheiresca, pede licença ao professor. Abraçando, como que carinhosamente o enorme livro preto que sempre conduzia, aproxima-se da mesa. Faz a preleção costumeira aos alunos. Em seguida, inicia a entrega das redações. Ah, aquele era um momento muito aguardado! A curiosidade por saber a nota e, principalmente, receber das mãos do Diretor e ganhar dele qualquer elogio era um céu para nós, alunos.
E ele ia distribuindo, uma a uma, pelo número e pelo nome (sim, porque ele fazia questão de chamar seus alunos pelo nome).
Eu, timidamente, aguardava a minha vez de ser chamada. Os nomes iam-se sucedendo, e o meu não era chamado. Eu já suava frio e me debatia em angústias: tirei uma nota ruim – dizia baixinho para mim mesma.
Espichei o olhar para o livro preto e vi que havia, ainda, uma redação. E era a que ele pegava naquele momento. Tremi: só pode ter sido a pior da classe!
Foi quando ouvi o Diretor: “Número 1388, Giselda”. Levantei-me, entre assustada e ansiosa. Ele continuou: “Após a aula, vá ao meu gabinete”. E não me entregou a redação.
Não prestei mais atenção à aula que continuara. Mil pensamentos me rondavam, insistentemente. Nunca tirara nota abaixo da média. Seria aquela a primeira?
Ao término da aula, apanhei minha bolsa e saí rumo à Diretoria. O caminho, que era curto, pareceu-me uma eternidade.
Entrei e sentei-me timidamente, à sua frente. E qual não foi minha alegria quando vi estampar-se no rosto do Diretor um sorriso amigo e confiante. Relaxei. Ninguém abre um sorriso para dar notícia ruim. Foi quando ouvi elogios à minha redação.
Do que ele falou ficou em mim, forte e muito nítida, uma frase que me norteou vida afora e que me levou a me exercitar mais na leitura e na escrita.
Ainda hoje lembro-lhe o tom da voz e o olhar sorridente, não mais de um Diretor, mas de um pai, feliz, ante a vitória de um filho:
Um dia, você será escritora!
domingo, 29 de agosto de 2010
SE EU PUDESSE... - Giselda Medeiros
Ah! se eu pudesse ir além das estrelas,
atravessar a nado o oceano inteiro,
sorver os néctares abundantemente
e me tornar a rosa mais viçosa...
Se eu pudesse entrar no teu enigma,
vasculhar teus horizontes submersos,
cantar tua canção
e me inspirar nas rimas do teu coração.
Se eu pudesse...
Ah, se eu pudesse arrancar de mim estes tédios longos,
beber as fantasias que de teus olhos fluem...
Ah! Seria eu a eterna voz dos ventos,
o frescor deliciante das campinas verdes,
o brilho incomunal dos etéreos astros,
a mais romântica canção de amor.
Assim, então, eu poderia te alcançar um dia,
e tu saberias do porquê destes meus versos,
da minha ansiedade, das minhas inquietudes,
das minhas fruições, dos meus desejos reprimidos,
e, em explosões de notas místicas, dir-te-ia meu coração:
"Como eu te amo! Ah! Como eu te amo ainda!"
(do livro Alma Liberta)
terça-feira, 17 de agosto de 2010
AS PRIMEIRAS LÁGRIMAS - J. Udine - 15-08-2010
Logo ao nascer, para esse mundo adverso,
Levei palmadas p'ra abrir os pulmões:
O Choro foi o meu primeiro verso,
Em dor e lágrimas, aos borbotões...
Minhas primeiras lágrimas, copiosas,
Inundaram o meu rosto edemaciado
Como se fossem perfumadas rosas
Em seu orvalho brilhante e irisado...
Hoje, com o passar do tempo auroral,
Secou a fonte de água, lacrimal,
Que jorrava dos meus piedosos olhos...
O mundo pérfido, com seus horrores,
Roubou-me as lágrimas, e infundiu-me dores,
Ao coração, que sangra em seus abrolhos.
Levei palmadas p'ra abrir os pulmões:
O Choro foi o meu primeiro verso,
Em dor e lágrimas, aos borbotões...
Minhas primeiras lágrimas, copiosas,
Inundaram o meu rosto edemaciado
Como se fossem perfumadas rosas
Em seu orvalho brilhante e irisado...
Hoje, com o passar do tempo auroral,
Secou a fonte de água, lacrimal,
Que jorrava dos meus piedosos olhos...
O mundo pérfido, com seus horrores,
Roubou-me as lágrimas, e infundiu-me dores,
Ao coração, que sangra em seus abrolhos.
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
TROVAS DE GISELDA MEDEIROS
Partiste... e aquele momento,
no tempo, tornou-se eterno
conflito do pensamento
num céu, que se fez inferno...
Beijar-te os olhos quisera,
naquele instante de amor,
no entanto a doce quimera
fez-se um dilúvio de dor.
Nesta existência sofrida
triste certeza me invade:
o sonho ardendo na vida,
e a vida a arder na saudade.
Diante do altar, rezando,
minha mãe chorava e ria...
Era a ternura aflorando
no cálice da Poesia!
Minha saudade, tem pena
deste meu verso tristonho...
Mas não me seques a pena
com que burilo meu sonho!
No cais da vida, à distância,
eu vislumbrei, na verdade,
doce, acenando-me a infância,
com o lenço azul da saudade!
Teus olhos, ardentes círios,
meus dias tornam risonhos;
e tuas mãos, brancos lírios,
vão modelando os meus sonhos!
Entre as águas deslizando,
sem direção definida,
eu vou, qual pedra, rolando
nas correntezas da vida...
Tu voltaste... e a tarde finda
em rubra aurora se fez...
E a velha lembrança, ainda,
acendeu tudo outra vez...
Tu me pediste um sorriso;
eu, somente uma canção...
Te dei mais que um paraíso;
tu me deste a ingratidão!
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
CANÇÃO DA ENTREGA
Deixa-me assim,
pequenina entre teus braços,
nesta paz de pedras adormecidas
a esperar as águas que virão
do teu mar.
Quero esta paz imensa de madrugada
que faz tremer meu verso,
mais nada.
Depois, o extremo...
Quero o fremir, o grito
que acenderá as luzes de poemas,
lírios despetalados.
Abrir-te-ei minha alma
- a corola -
e nela pousarás qual afoito colibri
na rosa
ao sopro da canção que te escrevi.
Aí, seremos água e fonte
e asas riscando os horizontes.
(do livro Tempo das Esperas)
sexta-feira, 30 de julho de 2010
sábado, 24 de julho de 2010
Um soneto e um poeta da Vanguarda Modernista, no Ceará
DESTINOS
Franklin Nascimento
Você gosta de mim e eu por você
Somente por você ao mundo vim.
E sofremos, amor... Não sei por que
O destino nos faz sofrer assim!...
No seu dúlcido olhar a gente lê
Uma tristeza atroz que não tem fim.
E no meu pobre olhar existe um quê
Que bem traduz a mágoa que há em mim...
E vamos pela vida assim seguindo,
À busca de um Ideal risonho e lindo,
Que, enfim, nem sei se havemos de tocar.
Mas se eu nunca for seu, nem você minha,
Velhinho, hei de pensar numa velhinha,
E você num velhinho há de pensar...
...João Abreu Franklin Nascimento. Nasceu em Fortaleza a 21 de abril de 1901.
Foi funcionário do Ministério da Viação, com exercício na Rede de Viação Cearense.
BIBLIOGRAFIA
Publicou, em 1927, em colaboração com Jáder de Carvalho, Sydney Neto e Mozart Firmeza, CANTO NOVO DA RAÇA, livro que foi bem acolhido pela crítica, tendo externado a seu respeito, dentre outros: Tristão de Ataíde, Antônio Sales, Ildefonso Falcão, Gastão Justa, Paulo Sarasate, as revistas Excelsior, Fon-Fon, e várias outras, do Ceará, do Rio e dos Estados.
Colaborou nas revistas Movimento, do Rio, sob a direção de Jorge Amado, e Revista Antropofágica, de São Paulo, onde pontificavam Raul Bopp, Mário de Andrade, Cassiano Ricardo.
Fundou, em Fortaleza, com Demócrito Rocha, Jáder de Carvalho, Mário de Andrade, Heitor Marçal e outros intelectuais novos e de valor, as revistas Maracá e Cipó de Fogo, vanguardeiras do movimento modernista.
Franklin Nascimento
Você gosta de mim e eu por você
Somente por você ao mundo vim.
E sofremos, amor... Não sei por que
O destino nos faz sofrer assim!...
No seu dúlcido olhar a gente lê
Uma tristeza atroz que não tem fim.
E no meu pobre olhar existe um quê
Que bem traduz a mágoa que há em mim...
E vamos pela vida assim seguindo,
À busca de um Ideal risonho e lindo,
Que, enfim, nem sei se havemos de tocar.
Mas se eu nunca for seu, nem você minha,
Velhinho, hei de pensar numa velhinha,
E você num velhinho há de pensar...
...João Abreu Franklin Nascimento. Nasceu em Fortaleza a 21 de abril de 1901.
Foi funcionário do Ministério da Viação, com exercício na Rede de Viação Cearense.
BIBLIOGRAFIA
Publicou, em 1927, em colaboração com Jáder de Carvalho, Sydney Neto e Mozart Firmeza, CANTO NOVO DA RAÇA, livro que foi bem acolhido pela crítica, tendo externado a seu respeito, dentre outros: Tristão de Ataíde, Antônio Sales, Ildefonso Falcão, Gastão Justa, Paulo Sarasate, as revistas Excelsior, Fon-Fon, e várias outras, do Ceará, do Rio e dos Estados.
Colaborou nas revistas Movimento, do Rio, sob a direção de Jorge Amado, e Revista Antropofágica, de São Paulo, onde pontificavam Raul Bopp, Mário de Andrade, Cassiano Ricardo.
Fundou, em Fortaleza, com Demócrito Rocha, Jáder de Carvalho, Mário de Andrade, Heitor Marçal e outros intelectuais novos e de valor, as revistas Maracá e Cipó de Fogo, vanguardeiras do movimento modernista.
terça-feira, 20 de julho de 2010
A BELEZA HUMANA
A Beleza Humana assim como o Encantamento Amoroso também possuem as suas diversas facetas, que se traduzem de forma própria com a circunstância e/ou com o tempo.
Há a BELEZA FÍSICA tão propagada e assediada na atualidade pela mídia, pelas academias e programas de nutrição...É própria e natural nos jovens e adultos, e buscada pelos "jovens de espírito".
Há a BELEZA QUE A AUTO-ESTIMA traz consigo... de cuidar-se física, afetiva e espiritualmente... de gostar de si mesmo, de suas qualidades e potencialidades... do Amar-se generosamente sem ser narcisista.
Há também a BELEZA DO APAIXONADO que leva consigo uma enorme energia afetiva refletida através do brilho do olhar, do encantamento pelo Outro, pela Vida, pelo trabalho, pela criatividade, pelo novo, enfim, por tudo que o "estado amoroso" pode nos proporcionar.
Há ainda a BELEZA DA MATURIDADE HUMANA, do equilíbrio emocional, da sensibilidade, da sensatez, do senso de justiça, da integridade interior, que ela, a Maturidade, traz como companheira.
Há a BELEZA DA SABEDORIA, Científica, Humana e Divina, que seduz todos que a possuem ou a buscam incansavelmente. Ela é que nem uma fonte d'água inesgotável, profunda, sempre viva e eterna.
E, finalmente, a BELEZA TRANSCENDENTE que os Místicos, os Poetas, os Cronistas, os Artistas trazem na sua aguçada percepção do que existe de encantador, mágico e infinito, na Vida e no Outro, no Mundo e na Humanidade.
JOSÉ WAGNER DE PAIVA QUEIROZ LIMA, Psicólogo/Jornalista/Escritor
domingo, 11 de julho de 2010
ACHEI ESSE TEXTO DE IVAN MARTINS MUITO INTERESSANTE
Ontem eu levei uma bronca da minha prima. Como leitora regular desta coluna, ela se queixou, docemente, de que eu às vezes escrevo sobre “solidão feminina” com alguma incompreensão.
Ao ler o que eu escrevo, ela disse, as pessoas podem ter a impressão de que as mulheres sozinhas estão todas desesperadas – e não é assim. Muitas mulheres estão sozinhas e estão bem. Escolhem ficar assim, mesmo tendo alternativas. Saem com um sujeito lá e outro aqui, mas acham que nenhum deles cabe na vida delas. Nessa circunstância, decidem continuar sozinhas.
Minha prima sabe do que está falando. Ela foi casada muito tempo, tem duas filhas adoráveis, ela mesma é uma mulher muito bonita, batalhadora, independente – e mora sozinha.
Ontem, enquanto a gente tomava uma taça de vinho e comia uma tortilha ruim no centro de São Paulo, ela me lembrou de uma coisa importante sobre as mulheres: o prazer que elas têm de estar com elas mesmas.
“Eu gosto de cuidar do cabelo, passar meus cremes, sentar no sofá com a cachorra nos pés e curtir a minha casa”, disse a prima. “Não preciso de mais ninguém para me sentir feliz nessas horas”.
Faz alguns anos, eu estava perdidamente apaixonado por uma moça e, para meu desespero, ela dizia e fazia coisas semelhantes ao que conta a minha prima. Gostava de deitar na banheira, de acender velas, de ficar ouvindo música ou ler. Sozinha. E eu sentia ciúme daquela felicidade sem mim, achava que era um sintoma de falta de amor.
Hoje, olhando para trás, acho que não tinha falta de amor ali. Eu que era desesperado, inseguro, carente. Tivesse deixado a mulher em paz, com os silêncios e os sais de banho dela, e talvez tudo tivesse andado melhor do que andou.
Ontem, ao conversar com a minha prima, me voltou muito claro uma percepção que sempre me pareceu assombrosamente evidente: a riqueza da vida interior das mulheres comparada à vida interior dos homens, que é muito mais pobre.
A capacidade de estar só e de se distrair consigo mesma revela alguma densidade interior, mostra que as mulheres (mais que os homens) cultivam uma reserva de calma e uma capacidade de diálogo interno que muitos homens simplesmente desconhecem.
A maior parte dos homens parece permanentemente voltada para fora. Despeja seus conflitos interiores no mundo, alterando o que está em volta. Transforma o mundo para se distrair, para não ter de olhar para dentro, onde dói.
Talvez por essa razão a cultura masculina seja gregária, mundana, ruidosa. Realizadora, também, claro. Quantas vuvuzelas é preciso soprar para abafar o silêncio interior? Quantas catedrais para preencher o meu vazio? Quantas guerras e quantas mortes para saciar o ódio incompreensível que me consome?
A cultura feminina não é assim. Ou não era, porque o mundo, desse ponto de vista, está se tornando masculinizado. Todo mundo está fazendo barulho. Todo mundo está sublimando as dores íntimas em fanfarra externa. Homens e mulheres estão voltados para fora, tentando fervorosamente praticar a negligência pela vida interior – com apoio da publicidade.
Se todo mundo ficar em casa com os seus sentimentos, quem vai comprar todas as bugigangas, as beberagens e os serviços que o pessoal está vendendo por aí, 24 horas por dia, sete dias por semana? Tem de ser superficial e feliz. Gastando – senão a economia não anda.
Para encerrar, eu não acho que as diferenças entre homens e mulheres sejam inatas. Nós não nascemos assim. Não acredito que esteja em nossos genes. Somos ensinados a ser o que somos.
Homens saem para o mundo e o transformam, enquanto as mulheres mastigam seus sentimentos, bons e maus, e os passam adiante, na rotina da casa. Tem sido assim por gerações e só agora começa a mudar. O que virá da transformação é difícil dizer.
Mas, enquanto isso não muda, talvez seja importante não subestimar a cultura feminina. Não imaginar, por exemplo, que atrás de toda solidão há desespero. Ou que atrás de todo silêncio há tristeza ou melancolia. Pode haver escolha.
Como diz a minha prima, ficar em casa sem companhia pode ser um bom programa – desde que as pessoas gostem de si mesmas e sejam capazes de suportar os seus próprios pensamentos. Nem sempre é fácil.
Ivan Martins é editor-executivo da ÉPOCA
Ao ler o que eu escrevo, ela disse, as pessoas podem ter a impressão de que as mulheres sozinhas estão todas desesperadas – e não é assim. Muitas mulheres estão sozinhas e estão bem. Escolhem ficar assim, mesmo tendo alternativas. Saem com um sujeito lá e outro aqui, mas acham que nenhum deles cabe na vida delas. Nessa circunstância, decidem continuar sozinhas.
Minha prima sabe do que está falando. Ela foi casada muito tempo, tem duas filhas adoráveis, ela mesma é uma mulher muito bonita, batalhadora, independente – e mora sozinha.
Ontem, enquanto a gente tomava uma taça de vinho e comia uma tortilha ruim no centro de São Paulo, ela me lembrou de uma coisa importante sobre as mulheres: o prazer que elas têm de estar com elas mesmas.
“Eu gosto de cuidar do cabelo, passar meus cremes, sentar no sofá com a cachorra nos pés e curtir a minha casa”, disse a prima. “Não preciso de mais ninguém para me sentir feliz nessas horas”.
Faz alguns anos, eu estava perdidamente apaixonado por uma moça e, para meu desespero, ela dizia e fazia coisas semelhantes ao que conta a minha prima. Gostava de deitar na banheira, de acender velas, de ficar ouvindo música ou ler. Sozinha. E eu sentia ciúme daquela felicidade sem mim, achava que era um sintoma de falta de amor.
Hoje, olhando para trás, acho que não tinha falta de amor ali. Eu que era desesperado, inseguro, carente. Tivesse deixado a mulher em paz, com os silêncios e os sais de banho dela, e talvez tudo tivesse andado melhor do que andou.
Ontem, ao conversar com a minha prima, me voltou muito claro uma percepção que sempre me pareceu assombrosamente evidente: a riqueza da vida interior das mulheres comparada à vida interior dos homens, que é muito mais pobre.
A capacidade de estar só e de se distrair consigo mesma revela alguma densidade interior, mostra que as mulheres (mais que os homens) cultivam uma reserva de calma e uma capacidade de diálogo interno que muitos homens simplesmente desconhecem.
A maior parte dos homens parece permanentemente voltada para fora. Despeja seus conflitos interiores no mundo, alterando o que está em volta. Transforma o mundo para se distrair, para não ter de olhar para dentro, onde dói.
Talvez por essa razão a cultura masculina seja gregária, mundana, ruidosa. Realizadora, também, claro. Quantas vuvuzelas é preciso soprar para abafar o silêncio interior? Quantas catedrais para preencher o meu vazio? Quantas guerras e quantas mortes para saciar o ódio incompreensível que me consome?
A cultura feminina não é assim. Ou não era, porque o mundo, desse ponto de vista, está se tornando masculinizado. Todo mundo está fazendo barulho. Todo mundo está sublimando as dores íntimas em fanfarra externa. Homens e mulheres estão voltados para fora, tentando fervorosamente praticar a negligência pela vida interior – com apoio da publicidade.
Se todo mundo ficar em casa com os seus sentimentos, quem vai comprar todas as bugigangas, as beberagens e os serviços que o pessoal está vendendo por aí, 24 horas por dia, sete dias por semana? Tem de ser superficial e feliz. Gastando – senão a economia não anda.
Para encerrar, eu não acho que as diferenças entre homens e mulheres sejam inatas. Nós não nascemos assim. Não acredito que esteja em nossos genes. Somos ensinados a ser o que somos.
Homens saem para o mundo e o transformam, enquanto as mulheres mastigam seus sentimentos, bons e maus, e os passam adiante, na rotina da casa. Tem sido assim por gerações e só agora começa a mudar. O que virá da transformação é difícil dizer.
Mas, enquanto isso não muda, talvez seja importante não subestimar a cultura feminina. Não imaginar, por exemplo, que atrás de toda solidão há desespero. Ou que atrás de todo silêncio há tristeza ou melancolia. Pode haver escolha.
Como diz a minha prima, ficar em casa sem companhia pode ser um bom programa – desde que as pessoas gostem de si mesmas e sejam capazes de suportar os seus próprios pensamentos. Nem sempre é fácil.
Ivan Martins é editor-executivo da ÉPOCA
quinta-feira, 8 de julho de 2010
PARA GISELDA, NA DATA DO SEU ANIVERSÁRIO - Lúcia Helena Pereira
VOCÊ, MINHA DILETA AMIGA, MINHA IRMÃ DO CORAÇÃO,
PARABENIZO PELO SEU ANIVERSÁRIO, DIA 14 PRÓXIMO.
BEM MAIS DO QUE UM ANIVERSÁRIO - A FESTA DA POESIA!
A POESIA LUMINOSA DA SUA INTELIGÊNCIA.
PARABÉNS AO CEARÁ DA SUA ILUSTRE ESCRITORA
A PRINCESA DOS POETAS DO CEARÁ,
AQUELA QUE JÁ IMORTALIZOU AS LETRAS FEMININAS DA TERRA.
PARAGÉNS, GISELDA MEDEIROS.
PARABÉNS MIL VEZES, POR SUA GRANDEZA E BELEZA,
POR SUAS VIRTUDES E ELEVADO CARÁTER.
EU TE AMO, GIGI!
LÚCIA HELENA PEREIRA
POETISA DAS FLORES
quarta-feira, 7 de julho de 2010
"te amarei eternamente e, depois..."
de ti, serei inteiro
sempre
corpo de tulipas
amoroso tigre
como tu apenas viu.
poeira
cinza
eu hei de estar ali
te aquecendo
anônimo
&
calado
dizendo para o amor triste
que teima que não mais existe,
que inda é
sem nunca ter estado.
há um olhar de mim
dois passos. seguindo
vasto campo de amor que vi.
sigo,
no descompasso da morte rara,
esse estar vivo e morrer em ti.
daufen bach.
(Blog: Omnia Vincit Amor)
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