VIOLÊNCIA NAS RELAÇÕES DE GÊNERO E
CIDADANIA*
Vianney Mesquita*
Mostrai-me um homem violento que tenha chegado a bom fim e eu o considerarei meu
Mestre. (LAO-TSÉ. *Tchu,
Prov. Henan – China, + ou – 600 a.a.C).
A unidade de ideias violência, gênero e cidadania, em
particular na atualidade, envolve conceitos a absorver cuidados do lado de
estudiosos, porquanto estes se preocupam frequentemente em explicar seus
entendimentos, ao lume dos diversificados esgalhos do saber ordenado, na
demanda de elucidar suas manifestações, em especial, no trato, nem todas as
vezes pacífico, da vinculação social.
Investigadores de variados estratos,
mormente os partícipes da reflexão sociocomportamental – Sociologia,
Antropologia Social, Psicologia e saberes conexos – compuseram já, em toda a
generalidade da diligência reflexiva, farta literatura concernente às
mencionadas áreas do conhecimento controlado, com focagens distintas, ao ponto
de não ser possível estabelecer domínio absoluto acerca de volume e extensão
racional de tão avultados entendimentos.
Sucede desta maneira, é evidente,
pelo fato de não se cuidar de mera temática, todavia de assuntos para cujo
deslinde são requeridos do investigador máxima acuidade sindicante e depurado
preparo intelectivo na senda de abrangência na qual se inscrevem os léxicons
objeto destas notas, principalmente no que margeia às noções de violência,
atada às ideações de gênero e caráter cidadão feminino.
Eis que a professora doutora Maria do
Socorro Ferreira Osterne não sorveu a taça dessas travosas dificuldades,
normalmente arrostadas pelos pesquisadores catecúmenos.
Já faz algum tempo – na contingência
de revedor de suas composições valiosas para o recheio da ciência e fiel
admirante dos escritos que publica – acolita-se em procissão leitora o
apreciável trajeto universitário e docente da autora de Violência nas Relações de Gênero e Cidadania Femininos, razão por
que é lícito certificar-se, prazerosamente, sua feição de investigadora das
melhores cepas, titulada com refinamento e acurácia em distintos ambientes
acadêmicos stricto sensu do Brasil.
As produções editadas carreiam
sinetes pessoais, contributo de estimação à causa do saber, sem servilismos a
escolas da moda, tampouco subserviência a autores de gosto e nomeada atual,
pois granjeou, de motu próprio, e com
demarcada responsabilidade professoral, a circunstância de investigadora com
clarão interior, não adventício, sem gravitar à órbita de qualquer mentor, modus procedendi com o qual ela não simpatiza.
Ao revés, a despeito de se louvar em
opiniões de valor incontestável – por cujo íntimo se movimenta sem
importunação, pois se aprontou para tal – arroga-se o direito e o dever do bom
pesquisador de operar saber de colheita particular, o qual incorpora descobertas,
consagrando aos seus ensaios o status da
excelência.
O volume que se tem o lance de anotar
constitui, induvidosamente, fato auspicioso, pois aí exprime magistralmente
seus contornos de escritora laureada, onde também manifesta, com nitidez
meridiana, todo o alcance da sua formação acadêmica, fazendo-se, com efeito,
legítima componente do alcunhado Alto
Clero, com assento cativo na exigente Cúria
da Academia, o que, de fato, representa mais uma glória para a inteligência
de sua Pátria.
*Obs.
Texto modificado das guarnições de Violência
da Relação Gênero e Cidadania Femininos. Fortaleza: Edições UECE, 2008.
297p.