Derrama-se em brasas o sol morrente...
Há gritos de silêncio sobre a terra,
e a alma dos rios, silente, chora a vida
que morre entre as pedras submersas.
Pesado é o céu... E as aves agoureiras
descem as asas sobre a torre da matriz,
o rude bico, as penas eriçadas,
o canto mudo sofrendo na garganta.
No manto aflito do horizonte surgem
assustadas estrelas solitárias,
de brilho morno e, com olhos de surpresa,
espreitam tímidas a timidez da luz.
A noite segue em sua nave de mistério,
a negra mão a controlar as sombras,
a cabeleira densa sobre os montes
e o olhar a derramar-se nos caminhos
(Cantos Circunstanciais)