ESPERAS AZUIS
Giselda Medeiros
minha voz silencia ante o cristal
de teus olhos – espelhos de esperas silenciosas.
Há em minha voz
caminhos e madrugadas,
mesmo assim, é sonolento
o olho do tempo
que se embriaga ante o esplendor das alvoradas
a espraiarem-se em tua alma,
bergantim de afoitos mares.
Teus olhos – espelhos de esperas silenciosas,
anilaram-se,
e o reflexo azul – de águas claras e tranqüilas – derrama-se
em nós como um pálio de vigílias estelares.
Por isso, minha voz silencia
e, apenas, perscruta o azul
– espelho de esperas silenciosas –
grandeza d’alma, miosótis,
a irromper dos desvãos do tempo,
(do livro ÂNFORA DE SOL)