25 de julho - Dia do Escritor.
A ele nossa homenagem neste poema:
O POEMA E A EMOÇÃO
Giselda Medeiros
Não
quero que o poema que escrevo agora
Sacie
a fome do poeta devorador de imagens.
Que
minha palavra, antes que seja poema, mostre pontes,
Indícios,
gestos de mãos a esculpi-lo, sangrando, sofrendo
Por
entre o tremor do abandono dos dedos.
Quero que mostre o
caminho árido das rugas, acelerando-a, ela, a palavra marcada pelo pulsar
vermelho das arritmias,
Injetando sangue nas
células do meu poema.
Ah, como quereria
assistir a esse espetáculo:
emoção versus palavra, em
que não há vencido nem vencedor,
apenas a fusão de todas
as deidades – o verso universal que nos desperte, com seu ritmo de luz, ante o
fascínio da terra, e nos faça ninar, ouvindo a voz náufraga e adormecida
de velhos poetas em suas
canções de água e de espelhos.