CANÇÃO DA ENTREGA
Deixa-me
assim,
pequenina
entre teus braços,
nesta
paz de pedras adormecidas
a
esperar as águas que virão
do
teu mar.
Quero
esta paz imensa de madrugada
que
faz tremer meu verso,
mais
nada.
Depois,
o extremo...
Quero
o fremir, o grito
que
acenderá as luzes de poemas,
lírios
despetalados.
Abrir-te-ei
minha alma
- a corola -
e
nela pousarás qual afoito colibri
na
rosa
ao
sopro da canção que te escrevi.
Aí
seremos água e fonte
e
asas riscando os horizontes.
(do livro "Tempo das Esperas")