segunda-feira, 5 de junho de 2017

Rosa Virgínia Carneiro de Castro - contemplada com uma Menção Honrosa no Concurso de Poesia e Prosa Milton Dias, da ACE.




Transcrevemos o poema premiado, com os nossos aplausos à Autora, Rosa Virgínia Carneiro de Castro.


Supremas Manhãs nas Artes
Uma homenagem poética ao Artista Plástico Piassa.
Tudo que é belo morre no homem, mas não na arte.”
Leonardo da Vinci
                           Piassa!
No Universo dos fios brancos, ele ajoelha-se
Rende-se às Preces dos Pincéis
Entre neblinas finas de além azul celeste
De dentro das nuvens noturnas, caem-lhe estrelas em veste
A solidão  de orvalhos verdejantes e límpidas da criação
Ao nascer do dia floresce-lhe nas mãos!
Seus cabelos não são dourados
Como os do Pequeno Príncipe
Mas trazem os ensinamentos dos trigos.
A humanidade melódica lhe toca, rege seu espírito
Por ser um homem lendário em fluidez e abrigo.
                           Piassa!
Um artista plástico, um poeta com asas de Eros, um amigo
No silêncio do seu sorriso, gesto largo, colhem-se todas as chamas
Dos que sofrem, dos excluídos, dos “sem vez” na vida humana.
Ele vem dos mitos de Cervantes, de Shakespeare, de Baudelaire.
Do país de todos os sonhos de Lorca.
Sua pele traz a cor de Caravaggio, de Picasso, de Dalí.
No poder da tinta cintila sua  arte de vanguarda
A  nos fazer outonos nos olhos de sua alma
Um sussurro de esperança  de um canto em Debussy
Lembrando Camus, “cada folha uma flor!”.
                              Piassa!
Nas brisas dos vales montanheses correm corcéis
                   Dos seus mágicos e magnéticos pincéis!
Piassa, um viajante cruzando as fronteiras anciãs do tempo
A unir Povos, desejos e alentos ... onde o sol se levanta!
Sua pintura traz todos os sentimentos pelas lágrimas do vento.
Num arco-íris cíclico do destino humano.
Eu o contemplo com um bom humor de menino
A brincar nas ruas de Paris…
O historiador na luz da poesia que alguém sempre quis.
                              Piassa!
Flor que canta Bach e acorda os deuses do Paraíso
Flor que traz amoras vermelhas de paixão e frio
Um dia as amoras já foram brancas: lá em Píramo e Tisbe.
Flor branca, branca flor das manhãs
                   Dos jardins de Claude Monet.
Flores dos rios de Heráclito cheias de amor e perdão.
Flor de Deus que nasce na neve e flutua na pureza do coração.
                              Piassa!
          Para sempre, Piassa!
Pseudônimo – Tisbe

                                                                                        Rosa Virgínia Carneiro de Castro