terça-feira, 30 de setembro de 2014

A TI, Ó PRÍNCIPE ARTUR EDUARDO BENEVIDES - ZENAIDE MARÇAL



Plenos de Poesia 
Zenaide Marçal
Para Artur Eduardo Benevides, após a leitura
de "Cantares do Outono"

Emana do teu livro uma energia
que é, bem sei, o halo da poesia
e sinto nele real transcendência
a impelir minh'alma à reverência.
Não sei bem explicar, mas, que importa?
Sei que a beleza vem bater-me à porta;
cada palavra me alimenta e cria
tal como fosse o pão de cada dia...
Sei que a Poesia resolveu ficar
e no teu peito decidiu morar...

Não te preocupes em chamar as Musas
porque aqui, ou mesmo em praias andaluzas,
canta tua alma pelo mundo afora,
seja nas ágoras ou no “aqui e agora”.
O teu poema é luz transcendental.
Não vês, Poeta? - és Universal!

A Pátria – a Terra! E nela cantarás
como Príncipe ou Rei, por onde quer que vás,
teus poemas de amor e de esperança.
Talvez na Serra que guardas na lembrança
ou no Saara, pensando que estás perto
do fim da caminhada - mas esse rumo é incerto!
Ou recitando em contrição tuas Cantigas
a visitar as catedrais antigas.

E nós os visitantes da tua poesia
(um barco cujas velas não temem calmaria)
chegamos a paragens ancestrais
sorvendo do teu verbo os cantos magistrais.
Encantados ficamos,
pois essa travessia tanto amamos
que, quando vislumbramos o fim dessa jornada,
ainda procuramos um pouco mais da estrada
do Amor e do Lirismo ao qual tu nos conduzes
num calmo andarilhar olhando as urzes
embevecidos. E vemos, comovidos,
que regressamos dessa romaria

PLENOS DE POESIA!