Plenos
de Poesia
Zenaide Marçal
Para Artur Eduardo Benevides,
após a leitura
de "Cantares do Outono"
Emana do teu livro uma energia
que é, bem sei, o halo da poesia
e sinto nele real transcendência
a impelir minh'alma à
reverência.
Não sei bem explicar, mas, que
importa?
Sei que a beleza vem bater-me à
porta;
cada palavra me alimenta e cria
tal como fosse o pão de cada
dia...
Sei que a Poesia resolveu ficar
e no teu peito decidiu morar...
Não te preocupes em chamar as
Musas
porque aqui, ou mesmo em praias
andaluzas,
canta tua alma pelo mundo afora,
seja nas ágoras ou no “aqui e
agora”.
O teu poema é luz
transcendental.
Não vês, Poeta? - és Universal!
A Pátria – a Terra! E nela
cantarás
como Príncipe ou Rei, por onde
quer que vás,
teus poemas de amor e de
esperança.
Talvez na Serra que guardas na
lembrança
ou no Saara, pensando que estás
perto
do fim da caminhada - mas esse
rumo é incerto!
Ou recitando em contrição tuas
Cantigas
a visitar as catedrais antigas.
E nós os visitantes da tua
poesia
(um barco cujas velas não temem
calmaria)
chegamos a paragens ancestrais
sorvendo do teu verbo os cantos
magistrais.
Encantados ficamos,
pois essa travessia tanto amamos
que, quando vislumbramos o fim
dessa jornada,
ainda procuramos um pouco mais
da estrada
do Amor e do Lirismo ao qual tu
nos conduzes
num calmo andarilhar olhando as
urzes
embevecidos. E vemos, comovidos,
que regressamos dessa romaria
PLENOS DE POESIA!