terça-feira, 27 de setembro de 2016

UM BELO POEMA DE AMOR - DAUFEN BACH


“do farto amor”

que eu tenho por ti, senão farto amor e ternura.
esse amor que não padece
que não se desmerece
e, desavergonhado, não te expõe ou te humilha...
________________________ que não evanesce
deste amor tanto, me resta a paz
uma intimidade com o perdão e a culpa,
o respeito, mesmo que vadio,
o pudor, mesmo no cio...
(essa falsa castidade que não te insulta)
o farto amor, quando toca não fere,
desfere mansidão,
o calor das mãos... o inexprimível.
não é lamento diante do infinito,
se faz percebido num sussurro, não precisa de gritos,
___________ é inextinguível, é repouso e comunhão.
e tudo que há em mim, resiste
e resta a imensa piedade do amor profano,
essa ridícula crença inútil nos desenganos,
resta essa capacidade de sonhar,
resta o diálogo com a realidade
e a presteza que acompanha o doar.
resta essa coragem que suprime o medo,
uma esperança indecifrável de amante...
resta o medo de se encorajar.
este farto amor me faz dormir a tua porta
e acordar numa aurora atrevida
cantando, como pássaro peregrino,
o ultimo dia como se fosse o primeiro da vida.
resta-me sempre farto amor e lealdade,
essa coisa maior que a cumplicidade.

[daufen bach.]