CONTEMPLAÇÃO
(para Fernanda Benevides)
que vai desvirginando
as alvoradas,
e desce pelas tardes
languescentes
até romper o útero da
noite?!
Repara, olha, vê as
alvas crinas
desse ginete posto em
cavalgadas
indômitas e assaz
apavorantes
diante de nós,
humanos, e perplexos!
Pára um instante, sai
de teu casulo,
contempla, tudo, tudo
ao teu redor
como se fora tua
última imagem.
Então compreenderás: é
tão pequeno
e tão efêmero esse
contemplar...
Por isso, sorve a vida
inteiramente!
Giselda Medeiros