O Poema é uma nave de sol
disseminando luz
nos aflitos silêncios
sulcando os horizontes
com rastros de esperas macias
e de inesperadas chegadas.
Em noites açulantes de saudade
vou esconder-me nesses rastros santos
- o poema -
artéria de promessas,
ruflar de borboletas
azuis, amarelas,
bêbadas de cores.
E o cheiro que goteja saboroso
explode da carne suculenta
e me fere prazeroso
e me prende em sua teia
de surpresas.
E renasço no poema.
(Tempo das Esperas)