SONHAR É MEU OFÍCIO
Giselda Medeiros
Estou atada à âncora do sonho.
Sonhar é meu ofício,
mesmo sobre abismos.
Eu sonharei
entre as frias espadas do sofrimento
e o voo do pássaro do amor.
Sonhar é meu ofício.
Mesmo no silêncio das tocaias,
na estreiteza das veredas,
entre o uivar dos cães da ignorância
e o leve palpitar da rosa entreaberta,
eu sonharei.
Sonhar é meu ofício.
Mesmo que as lâmpadas da fé se apaguem
e gritos firam minha alma
na dança macabra da dor com suas mãos de antílope,
eu sonharei um sonho tão grande e belo
como o mar sob o farol das estrelas.
Sonhar é meu ofício.
Sempre. E depois,
quando etérea substância me envolver,
eu sonharei, ainda assim,
nos versos que compus.
E quando os leres, cheios de mim,
eu estarei sonhando
na voz silenciosa dos poemas
que estarão cheios de ti.
(Tempo das Esperas)
Giselda Medeiros
Estou atada à âncora do sonho.
Sonhar é meu ofício,
mesmo sobre abismos.
Eu sonharei
entre as frias espadas do sofrimento
e o voo do pássaro do amor.
Sonhar é meu ofício.
Mesmo no silêncio das tocaias,
na estreiteza das veredas,
entre o uivar dos cães da ignorância
e o leve palpitar da rosa entreaberta,
eu sonharei.
Sonhar é meu ofício.
Mesmo que as lâmpadas da fé se apaguem
e gritos firam minha alma
na dança macabra da dor com suas mãos de antílope,
eu sonharei um sonho tão grande e belo
como o mar sob o farol das estrelas.
Sonhar é meu ofício.
Sempre. E depois,
quando etérea substância me envolver,
eu sonharei, ainda assim,
nos versos que compus.
E quando os leres, cheios de mim,
eu estarei sonhando
na voz silenciosa dos poemas
que estarão cheios de ti.
(Tempo das Esperas)