Os sentidos
Congelam-se frente ao medo
Simbolismo opressor da paz.
Congelam-se frente ao medo
Simbolismo opressor da paz.
Gostaria, oh, como eu gostaria!
Que a vida tivesse fim nesse momento.
Para eu não saber nada.
Não querer nada
Não ver nada.
Que a vida tivesse fim nesse momento.
Para eu não saber nada.
Não querer nada
Não ver nada.
A solidão de ti
É recorrente.
A que andas?
Por acaso te escondes?
A morte, de ti tomou posse?
É recorrente.
A que andas?
Por acaso te escondes?
A morte, de ti tomou posse?
Busco razões para o medo
Pois meus olhos não te têm por perto.
Pois meus olhos não te têm por perto.
Recorro às lembranças
Mas só encontro os meus fantasmas
Transfigurados nas desilusões
Que se vestem em trajes de decepção
E ainda sugerem vida longa
Nos retratos que ornam as paredes,
Além de se fazerem presentes
Nos detalhes da minha silhueta
Que riscam os cílios grossos e definidos
Da juventude presunçosa.
Mas só encontro os meus fantasmas
Transfigurados nas desilusões
Que se vestem em trajes de decepção
E ainda sugerem vida longa
Nos retratos que ornam as paredes,
Além de se fazerem presentes
Nos detalhes da minha silhueta
Que riscam os cílios grossos e definidos
Da juventude presunçosa.
Nesses retratos
São revelados um casal
Que transpirava
Desejo e amor,
Esperança no eterno
Ricocheteados por uma paz ancestral.
São revelados um casal
Que transpirava
Desejo e amor,
Esperança no eterno
Ricocheteados por uma paz ancestral.
Mas, do que mesmo estou a falar?
De que esperança?
De que amor?
De que paz estaria sendo ricocheteada?
De que esperança?
De que amor?
De que paz estaria sendo ricocheteada?
Que desenho é esse que faz adormecer os sentidos?
Que colore o medo
Que desbota a esperança
Que faz murchar o desejo..
Que colore o medo
Que desbota a esperança
Que faz murchar o desejo..
É um desenho em branco e preto revelando
Claramente, a ausência,
De quem nunca esteve.
Claramente, a ausência,
De quem nunca esteve.
Lila Xavier