Sinto-me renascer, se te contemplo,
ó poeta, mesmo quando finges
esse pasmo indefinível suspenso em tua fronte
– espelho que te mostra a lágrima
geratriz de incansáveis solidões.
Inútil o gesto, inútil o grito e a tristeza de Narciso:
o espelho não reflete nada senão a lágrima.
A face te revela o que não queres decifrar:
a inexorável corrida do tempo à espera de ninguém.
Lembra-te, no entanto, poeta,
de que há cânticos celebrando a passagem dos sóis
e o lento alvoroço das auroras
despencadas das paredes onde as puseste
ou o sono dos ocasos dormindo em teus lençóis.
ó poeta, mesmo quando finges
esse pasmo indefinível suspenso em tua fronte
– espelho que te mostra a lágrima
geratriz de incansáveis solidões.
Inútil o gesto, inútil o grito e a tristeza de Narciso:
o espelho não reflete nada senão a lágrima.
A face te revela o que não queres decifrar:
a inexorável corrida do tempo à espera de ninguém.
Lembra-te, no entanto, poeta,
de que há cânticos celebrando a passagem dos sóis
e o lento alvoroço das auroras
despencadas das paredes onde as puseste
ou o sono dos ocasos dormindo em teus lençóis.