Buscas, além, no infindo espaço, aquela
que, em luz, te banhe a fronte esmaecida,
a fronte que se alteia e chora e vela
a amada estrela, a luz da tua vida.
Persegue-a com a exaustão que te esfacela
a rima, o canto, o choro, o verso, a lida,
até o vazio imenso – a sentinela
do sonho que, em teu peito, se lapida.
Assim, também, sigo buscando o amor,
aquele que à minha alma, alegre, cante
uma canção que transfigure a dor.
Não vês? Iguais, então, são nossas dores,
igual, nossa paixão eletrizante
em procurar a luz desses amores...