Giselda Medeiros
Ouves, acaso, no tanger do vento,
doce murmúrio que, em silêncio, tece?
Escuta, amor, pois é meu pensamento
que te procura, fértil, como a prece.
Sentes, acaso, naquele momento,
em que a manhã de luz se resplandece,
cair sobre teu peito um novo alento?
Sou eu, do amor, a te trazer a messe...
Pois nesse instante, amor, minha presença,
faz-se sentir em todos os lugares,
como teu sol, teu lar e tua crença.
Desperta, abre a janela e o espaço fita,
que eu estarei em tudo o que tocares
em tudo o que pensares, me acredita!