Sou o que a vida me impõe:
auroras e crepúsculos,
mãos e adeuses,
altar e sacrifícios,
pegadas e caminhos.
Sou o atavio,
o assobio,
a carta que longe vai
em busca de um leitor.
Sou o sol dos que partiram
e não deixaram pegadas
Sou a solidão da espera
dos que jamais regressaram.
Sou esse adeus tatuado
no rosto dos que ficaram.
E sou o azul do teu olho,
maior do que o do oceano,
com o qual enxergas a vida
mais azul do que parece.
E isso me basta!
(Tempo das Esperas)