SIMBIOSE
Giselda Medeiros
Eu sou a tua voz, e és tu a
minha.
Minha também é tua boca, a
lira,
que embala os sonhos meus,
que me acarinha.
E teus dedos, do amor a
campainha,
do meu castelo de emoções...
Rainha
eu sou de um rei que, como
eu, delira!
Andamos sós, errantes pela
vida,
sob este céu que é meu, que é
teu, no entanto,
dispersa nosso sonho que
definha.
E, enquanto os dois vagueamos
(que ferida!)
eu cuido ver, por trás do
nosso pranto,
tua alma a soluçar dentro da
minha!
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