Hölderlin
Márcio Catunda*
Hölderlin, em delírio, concebia
Os Alpes prateados como altares,
Tanto se dedicou à poesia,
Que fez dos deuses seus sublimes pares.
Com paixão férvida e neurastenia,
Sentiu a Grécia em todos os lugares.
Foi oráculo da mitomania.
Para Diotina fez os seus cantares.
De Empédocles veio todo o empenho
Começado na vida anterior.
Foi apenas um doido preceptor,
Conquanto demonstrasse o desempenho
De um mago celestial superior
Das benesses de Deus merecedor.
Hölderlin Catunda
Vianney Mesquita**
Vê-se inopino em Márcio Catunda
Insuflação deífica, sedutora.
Metros de um bardo, medida fecunda,
De paz, à vida amarga concessora.
Em versificação alentadora,
Súbito alteiam a alma moribunda
Versos volantes, voz preceptora,
De rejeição à derrota rotunda.
De vez em quando supera Bilac,
E excede o percuciente Condillac,
A fim de agasalhar a glória fida.
Em fé cristã já se achegou a Isaac,
Fez bom liame com Honoré Balzac
E é dos melhores Hölderlins da vida!
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