Giselda Medeiros
Quando chegares
cansado das noites de vigília,
vem bater-me à porta.
Nesta soleira empoeirada,
encontrarás em pálido espanto
um coração tresloucado
sazonando de indormidas ilusões.
Um coração que não se mostra,
acorrentado qual Prometeu.
Vem. liberta-o da horrível solidão
(abutre que lhe carcome o sonho)
pois livre
há de tecer a lira
e reacender a pira
para a consagração, enfim, do amor.
(Cantos Circunstanciais)
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