quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

CANÇÃO PARA O QUE VEIO - GISELDA MEDEIROS



CANÇÃO PARA O QUE VEIO

Giselda Medeiros

Quem és tu, andarilho, que me vens
Quando esmaece a aurora no meu peito,
Quando adormece em mim o olhar do tempo,
No corre-corre desta vida infrene?

E vens a mim com tuas mãos de sonho,
Com dedos de carícias, mimos puros,
E, em doce afago, acalma minha alma,
Vem plantar ilusões em terra virgem!

Mesmo assim, fica! Há muito eu te esperava,
Pus laços de cetim sobre as janelas
E pétalas na porta de entrada.

E fica! É longo o estio, e as cigarras
Já não cantam para alegrar minha alma,
E é triste a vida sem o canto delas!

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

SONETO A QUATRO MÃOS: MÁRCIO CATUNDA E VIANNEY MESQUITA - PARA O ANO NOVO





MAIS UM ALVORECER

Márcio Catunda – quadras

Vianney Mesquita - trísticos

31.12.2018

Mil, dez mil anos não passam de um simples ponto que nos não é dado ver.

(Simônides de Ceos, epigramático grego arcaico. 556-468 a.t.p.)


Nos meandros vertentes da esperança,

Navegamos ao Porto da Alegria.

Só chegamos à paz pela confiança

Com fé no bem da luz de outro dia.


Que o ano novo seja de bonança

- Vamos chamados pela estrela-guia –

De sombra, de água fresca e maré mansa,

A mesa farta e boa companhia.


Esteados na autossegurança,

Alcemos o pendão da temperança

No arrimo salutar da parceria.


E em firme entretecer da aliança,

Bem plausíveis na verossimilhança,

Ensaiemos subir à Parusia.