(DA SÉRIE, SAUDADE)
Há dias,
em que não queria escrever mais poemas,
mas,
os poemas são as asas que me fazem voar,
e eu já não sei viver no chão,
já não sei viver aqui
neste lugar,
onde já ninguém tem coração.
Por vezes,
julgo minha missão terminada,
e sinto-me incomodada,
mas nada posso fazer,
ficarei, até que a vida me queira,
deixando o meu coração,
sem eira nem beira.
Ficam as minhas palavras,
sem nunca dizer adeus,
deixando algo no ar,
um perfume ou uma pena,
um sorriso ou algo mais,
coisa simples e pequena,
o meu grito,ou os meus ais.
''autora''
Adelina Garrido Charneca.
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