domingo, 28 de dezembro de 2014

UM POEMA PARA FERNANDA BENEVIDES



CONTEMPLAÇÃO
(para Fernanda Benevides)

                          Acaso escutas um tropel insano,
                          que vai desvirginando as alvoradas,
                          e desce pelas tardes languescentes
                          até romper o útero da noite?!

                          Repara, olha, vê as alvas crinas
                          desse ginete posto em cavalgadas
                          indômitas e assaz apavorantes
                          diante de nós, humanos, e perplexos!

                          Pára um instante, sai de teu casulo,
                          contempla, tudo, tudo ao teu redor
                          como se fora tua última imagem.

                          Então compreenderás: é tão pequeno
                          e tão efêmero esse contemplar... 
                          Por isso, sorve a vida inteiramente!

                         Giselda Medeiros  

Um comentário:

  1. Querida Giselda, gratíssima pela valiosa homenagem. Realmente é isso mesmo que estou precisando fazer: 'Sair do casulo e contemplar tudo, tudo ao meu redor como se fora minha última imagem. E é tão pequeno e tão efêmero esse contemplar que sorvendo-o sorvo a vida inteira!'
    Com admiração e amizade,
    Fernanda.

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