(à memória de meu pai, Jorge
Francisco de Medeiros)
Era pequena, pai, mas te recordo
A voz bondosa como me falasse...
Ah, com que gosto, ainda, quando acordo,
Tua carícia sinto em minha face.
Não me viste crescer, ó pai! Não viste
Em minha vida a primavera abrir-se...
Te foste muito antes, e foi triste
Crescer sem teu amparo definir-se.
Cresci, é bem verdade, e, hoje, poeta
Da lágrima, do amor abençoado,
Quero fazer-te um verso. E, assim, repleta
De inspiração, de amor, de suavidade,
Genuflexa, te entrego, ó pai amado,
Este meu verso cheio de saudade!
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