domingo, 28 de abril de 2013

REGISTROS DO LANÇAMENTO DE POLICROMIAS - VOLUME 7

Escritora Rejane Noronha, Wania Dummar e Conceição Seabra


Giselda Medeiros e Apresentadora da obra, Hermínia Lima


Presidente Nirvanda Medeiros entrega Diploma de Honra ao Mérito à Escritora Giselda Medeiros


Nirvanda Medeiros homenageia Conceição Seabra, representante da Profa. Ebe Braga Frota


Vencedoras do Prêmio Edith Braga, modalidade POESIA:
Rejane Costa Barros, Sabrina Melo e Clara Lêda


Hermínia Lima, em sua magnífica apresentação da obra


Vencedoras do Prêmio Edith Braga, modalidade PROSA:
Celina Côrte Pinheiro, Evan Bessa e Ida Carvalho


Escritor Raymundo Netto recebe Diploma de Honra ao Mérito


A distinta plateia


Giselda Medeiros faz os agradecimentos


OS AUTORES DE POLICROMIAS 7° VOLUME



sexta-feira, 12 de abril de 2013

Obra de Clarice Lispector é finalista do Prêmio de Melhor Livro Traduzido nos EUA 11/04/2013


A primeira tradução para o inglês de Um Sopro de Vida (A Breath of Life), o último romance de Clarice Lispector, por Johnny Lorenz, é finalista do Prêmio de Melhor Livro Traduzido nos Estados Unidos, na categoria Ficção. O anúncio dos dez finalistas, escolhidos entre os 25 nomeados, foi feito hoje (10) pelo centro de investigação literária que criou a premiação, o Three Percent, da Universidade de Rochester, no estado norte-americano de Nova Iorque.
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O Prêmio de Melhor Livro Traduzido nos Estados Unidos é atribuído anualmente ao melhor livro traduzido para o inglês, publicado no mercado norte-americano, considerando a qualidade da obra e da tradução. Segundo a organização, a premiação é “uma oportunidade para honrar e distinguir tradutores, editores e outros agentes literários que ajudam a disponibilizar a literatura de outras culturas aos leitores americanos”.
A cerimônia de entrega dos prêmios ocorrerá em Nova Iorque no dia 4 de junho. O autor e o tradutor das obras premiadas nas categorias de Ficção e Poesia receberão um prêmio de US$ 5 mil dólares (cerca de 3.800 euros) cada, atribuído pela Amazon.
Clarice Lispector decidiu ser escritora em 1933, aos 13 anos. Em 1942, publicou sua primeira obra, Perto do Coração Selvagem. Ela escreveu 36 livros, entre os quais A Paixão Segundo G.H, A Vida Íntima de Laura, A Mulher que Matou os Peixes, Laços de Família e A Maçã no Escuro.
Um Sopro de Vida, o último romance de Clarice Lispector, foi editado nos Estados Unidos em 2012 pela New Directions. A escritora brasileira morreu em 1977 aos 57 anos.
(Da Agência Brasil)

sábado, 6 de abril de 2013

REVISITANDO "ESTRELA DE PEDRA"



Dimas Macedo - Um Poeta Órfico
Giselda Medeiros
  
                        Estilo sóbrio, vocabulário de densa beleza sugestiva fazem de Estrela de Pedra (Brasília, Editora Códice, 1994), livro de poemas de Dimas Macedo, uma espécie de talismã, a realçar as nossas emoções e viagens espirituais, integrando-as numa perspectiva plural e criadora.
                        A tonalidade semântica de seus versos, comprometida com a angústia existencial do homem, leva-nos a um estado de perplexidade, e vemos, pari passu,  o onírico e o apelo social, o metafisicismo e a reflexão mística, revelados pelo alto potencial de expressionismo poético do autor.
                        No poema “Elegia”, há uma reavaliação do mundo infanto-juvenil, permanentemente presente nas linhas de flagrante nostalgia agônica, refletindo a essência lírico-dramática do menino-poeta, de alma largamente sensível às complexidades do mundo. Esse mesmo quadro da infância está presente também em “Espumas”, evocando o fascínio e o mistério desse tempo mágico de seres e de cousas da natureza. É o rio da infância correndo no leito de seu cotidiano a lembrar-lhe a quadra querida e, ao mesmo tempo, a mostrar-lhe a desagregação dessa paisagem nostálgica. A seqüência final do poema é um crescer em sonoridade até a explosão caótica da verdade profética: e a ausência das águas desse Rio.
                        Em todo o poema “Lavragem”, o poeta demonstra o cumprimento de percurso do seu instrumental artístico, de seu artesanato de emoções, tudo isso em linguagem poética de extrema sensibilidade, diante de gritante cosmoagonia.
                        Já no poema “Dilúvio”, pode-se perceber um jogo de sensações provocadas por impressões internas e externas, resvalando para uma ampla visão do real / irreal, o que nos leva a uma perspectiva trágica e (por que não dizer?) profética da existência atribulada do homem, extenuado por crises de angústia, de incessantes buscas, no seu desarranjado universo humano.
                        Essa expressão dos vastos mundos interiores do homem também está presente no poema “Palavras”, sob a vestimenta de imagens, símbolos e alegorias, remetendo-nos a uma explosão de sentidos e emoções, fortemente alinhados à riqueza da expressão poética.
                        O confronto Eros / Thanatos está presente no mundo lírico desse poeta, autor de Lavoura Úmida (Fortaleza, Editora Oficina, 1990), conforme se vê nestes versos: A morte é um vendaval e em tudo / (...) / meu corpo a fuga. Meu prazer o medo (“Mistério”). Como ninguém / sei representar / e sei como morrer. (“Canção”). E a morte se fez medo / onde lancei os dados / e ofertei os dedos / e afaguei... (“Diário”). Mas é em “Metáforas” e “Banquete”, que o poeta deixa extravasar a carga máxima de erotismo, em que a sonoridade e a sensualidade das palavras exercem uma provocadora e natural disposição para o entendimento semântico de expressões, como: Entre ostras e pêssegos eu bailo / e bêbedo / beijo o frugal / das tuas algas. / E te possuo entre ostras e aspargos. / Entre vinhos e pêssegos te consumo / e te presumo mar absoluto e furioso. E todas essas imagens vêm pomposamente dispostas num jogo sinestésico visão / paladar / olfato, movidas por vibrantes notas acústicas que nos envolvem e nos seqüestram no seu labirinto poético.
                        No poema “Memória”, há uma fluição de nostalgia, reforçada pela perda de sonhos e fantasias. Aliás, é essa ausência de encantos que torna o homem um angustiado habitante de sua própria existência: E na vertigem do caos, / deliberadamente, / eu me deixei flutuar / entre as minhas espadas sorridentes.
                        Enfim, é todo um rio de metáforas o livro Estrela de Pedra, em que o poeta mantém uma varinha mágica, com a qual nos vai tocando e acendendo emoções inusitadas. Sentimo-lo como um Midas, transformando em Poesia tudo o que entra em contato com sua pena de artesão, fecunda pena, misteriosa pena, cosmovisão do eterno e do efêmero fazer poético de Dimas Macedo, um dos mais brilhantes vates da literatura cearense.           
                        Tudo o que foi dito acerca de Estrela de Pedra, pode ser conferido, se feita uma viagem através de suas páginas de vibrante poesia. E vale a pena conferir, caro leitor. Deixo-lhe, portanto, o prazer dessa comprovação.

(do Livro Crítica Reunida)