segunda-feira, 25 de março de 2013
quinta-feira, 14 de março de 2013
domingo, 10 de março de 2013
sábado, 9 de março de 2013
HOMENAGEM À MULHER
MULHER
Olavo Bilac
Na mulher, todas as
perfeições da vida universal se contêm.
Quando menina, ainda
pequenina, já a mulher tem a graça divina, dilúculo de beleza, que deixa adivinhar
na claridade indecisa da madrugada o esplendor do dia que não tarda. Depois, na
idade da révora, há no seu corpo a harmonia de um hino triunfal, cântico de seiva em relâmpagos de
vida. Depois, é o estio, estação fulgente, em que o feitiço ofusca e cega, sol
alto, calor fecundo, apoteose da luz e da força. Depois, é o outono, sazão
bendita, em que a mulher de quarenta anos tem a formosura suave e melancólica dessas tardes longas, em
que a luz ansiosa, querendo fugir e querendo ficar, demora-se no céu e na
terra, e agarra-se às árvores, às nuvens, com pena de morrer... Depois é o
inverno... É a sacrossanta beleza da mulher bela na velhice, uma beleza que
parece imaterializar-se, espiritualizar-se sob a névoa dos cabelos brancos...
Divino feitiço, abençoado
sejas em todas as idades, porque em todas as idades és o maior encanto e o
maior consolo dos nossos olhos e das nossas almas.
segunda-feira, 4 de março de 2013
EIS UM TEXTO QUE NOS INSTIGA A IR EM BUSCA DA NOSSA AUTOTRANSFORMAÇÃO
Comportamento, Psicologia
Transformar-se, sim. Reprimir-se, não.
Por Caroline Treigher às 20:34 de 03/03/2013
É muito comum falar-se em autotransformação como receita para a vida feliz que todos almejamos. Isso nos leva a voltar os olhos para nós mesmos e questionar o que em nós pode mudar, para que alcancemos este objetivo. Contudo, o que tenho observado é que, frequentemente, quando se pensa no assunto, a premissa da qual se parte é a forte negação de si mesmo. Parece que os esforços para realizar a autotransformação têm se concentrado na repressão das tendências indesejadas. E repressão, na verdade, não é mudança. Pelo contrário, repressão é resistência à mudança, é cristalização. É jogar a poeira para debaixo do tapete. É mentir, esconder, enganar e, neste caso, enganar a si mesmo.
Qual o resultado? A pessoa aparentemente se transforma, mas vira e mexe os velhos impulsos retornam, mais fortes que nunca, explosivos, revelando a sujeira escondida debaixo da persona, da nova máscara que foi tudo o que mudou.
O problema está, me parece, nesta negação de si que confundimos com autotransformação. Precisamos, antes de qualquer mudança, saber quem realmente somos. Quais os nossos paradigmas? Afinal, como posso transformar o que desconheço?
Qualquer engenheiro, que pretenda empreender uma reforma num edifício, deve primeiro conhecer a planta, investigar as estruturas que já existem. E se for esperto, tirará proveito dela.
Então, quando o assunto é reformar nós mesmos, por que não agimos como o engenheiro? Porque insistimos em construir algo novo sobre o velho, sem analisar as bases do velho, ignorando sua existência? Não se trata de uma atitude logicamente fadada ao fracasso?
O primeiro passo para uma autotransformação efetiva é acreditar que existe, em nós, a pessoa que queremos ser, assim como a que não queremos. Afinal, temos potencial para tudo que é humano. E se o homem pode ser bom, fato do qual a existência de grandes expoentes como Jesus, Francisco de Assis, Gandhi, Madre Teresa de Calcutá, Dalai Lama são a prova, é porque há em nós esta possibilidade. Porém há também o potencial de ser um Gengis Khan, um Átila, um Hitler da vida.
Cientes disso, começamos a questionar o que, em nossa vida, reforça o aspecto sombrio, o que reforça a luz. Nos damos conta das escolhas que temos em nossas mãos. Por onde quero seguir? O que, em mim, me impede de seguir? E ao invés de simplesmente reprimir meu autoritarismo, posso “aproveitá-lo”, transformando-o em determinação. Ora, pois até um Hitler teve qualidades positivas, como a capacidade de sonhar, de planejar e realizar. O problema foi como direcionou essa capacidade.
Isso é transformação. Pegar uma energia e dar-lhe nova direção, e não bloqueá-la, até porque é impossível. É impossível ir contra o fluxo natural da vida.
Assim, penso que a autotransformação passa primeiro pela aceitação de si mesmo, sem o quê se torna impossível realizá-la. Aceitação da própria humanidade.
E o mais incrível é que, ao nos aceitarmos, nós nos transformamos. Esta é a teoria paradoxal da mudança! Porque mudar é uma tendência natural da existência. Como dizia Lavoisier: “Na vida, nada se perde, nada se cria, tudo se transforma.” O esforço está, de certo modo, em deixar a vida nos levar.
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