MOTIVOS - VI
GISELDA MEDEIROS
Sobre o texto da vida... quem saberá entendê-lo? Em quais metáforas decifraremos nossas dúvidas ruminantes, se nós mesmos somos metáforas indecifráveis, geratrizes de vontades órfãs?
Imensos de espanto são o rio em que navegamos e o tempo que nos rouba a eternidade. Porém, navegar é preciso... diz o poeta lusitano, mesmo sabendo que, cedo ou tarde, nossas dúvidas nos consumirão e que seremos pó da vida, pó de nossas ilusões.
Da letra do que fomos talvez nem reste o símbolo inscrito sobre a pedra.
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