(para Thereza Leite)
Não sei por onde ir...
Sou trêmula rosa
pendente da haste
ou pássaro implume
esquecido da trajetória.
Os caminhos abrem-se em labirintos,
e não tenho o mapa do destino
nem o fio de Ariadne.
Há muito estou aqui
no meio deste tempo sem história.
Cansa-me procurar a saída
nestes vales úmidos de espanto.
A fuga açula-me a solidão,
esta companheira
sempre à minha espreita
com quem divido meus medos,
minhas angústias inexoráveis.
Vou e retorno sobre meus próprios passos,
tímidos e lassos,
sobre a minha própria busca...
Sei que seguir é imperativo,
ficar é presente,
retornar é passado.
... E o futuro? Deverei buscá-lo?
Será ele um tempo? Ou um vento?
Mas, preciso seguir mesmo sabendo
que, ao fim de tudo, acabarei pendente,
pétalas caídas, sob a frágil haste
que me sustentou a efêmera vida,
que era apenas tu.
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