terça-feira, 24 de maio de 2011
UM SONETO DE FLORBELA ESPANCA
NOITE DE SAUDADE
A noite vem poisando devagar
sobre a terra que inunda de amargura...
E nem sequer a bênção do luar
a quis tornar divinamente pura.
Ninguém vem atrás dela a acompanhar
a sua dor que é cheia de tiortura...
E eu oiço a Noite imensa a soluçar!
E eu oiço soluçar a noite escura!
Por que és assim tão 'scura, assim tão triste?!
É que, talvez, ó Noite, em ti, existe
uma Saudade igual à que eu contenho!
Saudade que eu nem sei donde me vem...
Talvez de ti, ó Noite!... Ou de ninguém!...
Que eu nunca sei quem sou, nem o que tenho!!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário