ÂNFORA DE SOL(para Dona Raimundinha)
Na sala
a Ânfora cheia de sol...
Imponente, ao olhar de anjos,
esparge no ar
cheiros dourados
embebidos de lúcida liberdade.
E o meu olfato cego
enche-se do sal cheiroso
de suas entranhas.
Meus chinelos rotos, à porta,
denunciam reverência
à Ânfora imóvel, resplendendo em sol.
Ao contemplá-la,
em sua altivez etérea,
meus olhos vestidos do cansaço humano
transfiguram-se em centelhas,
cativos de seu encantamento,
ametistas em noite de núpcias.
E ela ali, imóvel, cheia de Sol,
Poesia no ar, em asas,
planando sobre minha inutilidade...
Aí, então, desferi meu grito
angustiado
qual um punhal,
e renasci, na aflição de minhas cinzas,
qual fora fria gota cristalina
de orvalho
a deslizar sobre a pétala da saudade.
Giselda Medeiros
Na sala
a Ânfora cheia de sol...
Imponente, ao olhar de anjos,
esparge no ar
cheiros dourados
embebidos de lúcida liberdade.
E o meu olfato cego
enche-se do sal cheiroso
de suas entranhas.
Meus chinelos rotos, à porta,
denunciam reverência
à Ânfora imóvel, resplendendo em sol.
Ao contemplá-la,
em sua altivez etérea,
meus olhos vestidos do cansaço humano
transfiguram-se em centelhas,
cativos de seu encantamento,
ametistas em noite de núpcias.
E ela ali, imóvel, cheia de Sol,
Poesia no ar, em asas,
planando sobre minha inutilidade...
Aí, então, desferi meu grito
angustiado
qual um punhal,
e renasci, na aflição de minhas cinzas,
qual fora fria gota cristalina
de orvalho
a deslizar sobre a pétala da saudade.
Giselda Medeiros
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