Há um gemer de ondas
em minha voz aflita
quando te imagino mar
distante, inacessível.
Minhas mãos desfolham-se
em tristezas magoadas
por não poderem conter
a geometria do teu corpo
distante, inacessível.
Tudo foge
como o rumor das asas
em travessia.
Não há nuvens de canções sobre as auroras
afagando o céu de minhas emoções.
Sou uma longa tarde de estio
a contemplar o vôo das asas
em travessia...
E o trajeto do teu corpo,
mar distante e inacessível,
sob o imaginário do meu pensamento,
abre-se sobre mim qual gigante arco-íris
de sonho.
(Tempo das Esperas)
"Por mais que estejamos distante/o mar está sempre perto de nós"."Somos do mar e ao mar retornaremos".São versos do grande poeta Francisco Carvalho(citados de memória, desculpem-me se os versos não estão citados "ipis litteris".
ResponderExcluirNesse belíssimo poema da lavra da nossa poetisa maior, o ego poético põe-se a contemplar, em devaneios, a bela e inefável beleza do mar distante e inacessível...Nesse imaginário, o eu lírico delira em vãs tristezas por não poder conter a geometria do seu corpo gigante e aprazível em razão dessa distância e inacessibilidade. Esse corpo aquoso, que se faz ondas no coração da amada, é o corpo do amado representado por idílica metáfora...Mar imenso, distante e inacessível - mesmo assim, ele paira sobre a amada "qual gigante arco-íris de sonho".
OBS:Correção para a palavra "ipsis litteris"
ResponderExcluirCaro poeta Udine
ResponderExcluirAgradeço suas palavras e muito me honra sua amizade, também.
Abraços
Giselda