segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

HOJE E AMANHÃ
Em ti gravita meu sol
que espanta as brumas
da dor.
Em ti habita minha palavra.
Sou teu texto
e sei que te movo a emoção.
Por isso é que canto
e trago, hoje, este poema
porque amanhã
não sei se ainda haverá Poesia.
Hoje sou tua estrela
Sirius, Aldebarã.
Mas, amanhã,
não sei se ainda haverá a Via-Láctea.
Hoje, sou a âncora que te sacia a sede,
mas, amanhã,
não sei se ainda haverá vinho
para a demanda.
Por isso, toma-me inteiramente,
hoje,
porque o amanhã
será como o voo da ave
que nascerá
da solidão da noite.
E quem lhe conhecerá as penas?
Giselda Medeiros

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