CANÇÃO DA ESPERA
Passas.
Teu vulto é um oásis
onde quero aprender
o ofício das areias
nas longas noites
em que as estrelas
fiam fios finos
de fluida luz.
Teus passos na tarde
ecoam ainda
em minhas manhãs,
alvacentas e lânguidas,
como o marulho das vagas
que ficaram para trás.
Mas passas,
indiferente e lento,
sobre meus anseios
com mãos enfeitadas de adeuses
a romper em flores de esquecimento.
Giselda Medeiros
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