domingo, 26 de março de 2017
sábado, 25 de março de 2017
ANA PAULA DE MEDEIROS APRESENTA LIVRO - "DOCÊNCIA, SABERES E PRÁTICAS"
Gostaria de iniciar destacando a grande alegria
que senti pelo convite que me foi feito para apresentar a obra DOCÊNCIA:
SABERES E PRÁTICAS, organizada
por Francisco Ari de Andrade, Alba Patrícia Passos de Sousa e Dayana Silva de
Oliveira. O livro apresenta aos leitores do mundo acadêmico e amantes dos
assuntos educacionais, um acervo muito interessante de artigos científicos que
abordam a docência em sua dimensão teórico-prática.
Essa especificidade da obra remete-me
ao pensamento de Adolfo Vasquez,
o qual assevera que “A teoria em si não transforma o mundo”. Tal assertiva nos
leva a refletir sobre a necessidade da ação e da existência do homem como ser
ativo dotado de intenções reais e efetivas para desencadear a verdadeira
transformação no mundo. É certo que o papel da teoria é de servir como
embasamento, como pano de fundo em que se efetiva a prática. Sem a assimilação
da teoria, a prática pode resumir-se em atividades anacrônicas e
assistemáticas, não contribuindo significativamente para a real transformação
da realidade.
A ontologia de Heidegger esclarece
que estamos no mundo, e o mundo é mais velho que nós, e que somos capazes de
dar sentido a ele, conhecê-lo e transformá-lo. É nessa lógica que entendemos o
propósito dessa coletânea, que se oferece ao leitor para potencializar seus
conhecimentos acerca da busca da essência do Ser professor como alguém que,
transformando o outro, transforma-se a si mesmo.
O livro compõe-se de um volume com
326 páginas, graficamente bem apresentadas com editoração da CRV Editora, ano
2017. O conteúdo traz 23 artigos de professores e pesquisadores da UFC e de
outras Instituições de Ensino Superior brasileiras, estudantes de graduação e
de pós-graduação da UFC e professores da rede pública do Ceará e de outros
estados. Apesar da ampla diversidade de perfis dos autores e da abordagem da
docência nas mais variadas áreas do conhecimento, os artigos apresentam uma característica
comum: a tônica do alinhamento teórico-prático na essência de cada texto.
Ao longo da leitura, o leitor
encontrará reflexões sobre a interação entre a educação formal e a não formal,
sobre formação de professores, evasão escolar, gestão do estágio
supervisionado, juventude, currículo, educação inclusiva e educação para o
desenvolvimento sustentável, além de um amplo acervo de artigos que tratam de
reflexões teórico-práticas na educação infantil e no ensino fundamental com
destaque para as áreas da Língua Portuguesa, Matemática, História, Ciências,
Música e Religião.
Na discussão dessas temáticas, os autores
buscam reforçar que a prática docente deve ser essencialmente pedagógica. De
acordo com Libanêo, “[...] o que define algo – um conceito, uma ação, uma
prática como pedagógico é a direção de sentido, o rumo que se dá às
práticas educativas”. Assim, o que vai, então, orientar a prática docente é a Pedagogia,
a qual está bem definida nas palavras de Gaston Mialaret como “[...] uma
reflexão sobre as finalidades da educação e uma análise objetiva de suas
condições de existência e de funcionamento”.
A Pedagogia, assim entendida, é,
portanto, a teoria norteadora da prática educativa. Dessa forma, a prática docente deve estar
orientada por uma teoria que possibilite aos alunos, mediante suas próprias
forças intelectuais e práticas, o domínio de conhecimentos, habilidades e
convicções, com o objetivo de promover uma leitura crítica da realidade. Desse
modo, a docência se efetiva adequadamente quando tem uma pedagogia que orienta a
prática para uma direção definida. Esse é um aspecto bastante presente nos
artigos desta obra.
Na mesma direção dos teóricos
contemporâneos, os quais recomendam que se eduque para a criticidade e a autonomia,
está a essência de cada trabalho que compõe o livro. Libâneo recomenda que o
trabalho docente na abordagem dos conteúdos deva ser conduzido de forma que “[...]
auxilie os alunos no domínio sólido e duradouro dos conhecimentos, levando-os a
ter pensamento autônomo, coragem de duvidar e interrogar a realidade e
capacidade de dar respostas criativas a problemas práticos”.
A ação docente, vista por este
ângulo, remete ao seu caráter intencional e à reflexividade que é bem definida por
Pérez Gómez como “a capacidade de voltar sobre si mesmo [...], de utilizar o
conhecimento à medida que vai sendo produzido, para enriquecer e modificar não
somente a realidade e suas representações, mas também as próprias intenções e o
próprio processo de conhecer”.
É assim, no intuito de provocar
essas reflexões no leitor, que a presente obra se mostra ao público! Desfrutemos,
pois, sua leitura!
Muito obrigada!
Ana Paula de Medeiros Ribeiro
Faculdade de Educação – FACED/UFC
MEMÓRIA FOTOGRÁFICA
sexta-feira, 17 de março de 2017
AFFONSO TABOZA - CONSELHEIRO NATO - E SEU POEMA "A MÍSTICA DO NÁUTICO"
A MÍSTICA DO NÁUTICO
Algo especial dali emana:
magia? encanto?
Não sei. Mas
ali um fascínio real acontece
e a todos contagia.
De fato,
há viço na bela arquitetura,
brilho nas colunas, no
nome, no culto à tradição;
como se dali brotasse um
halo etéreo e se expandisse,
banhando o entorno de esplêndida
luz.
Berço humilde, história
gloriosa,
binômio que exalta e
enobrece
a ação e a visão de
pioneiros
e de abnegados que lhes
seguiram os passos.
Código de ética não
escrito
lhe rege vida,
fruto do exemplo de
dirigentes
e da retidão de
propósitos coletiva.
Árvore generosa,
sua sombra acolhedora
abriga e alegra,
diverte e instrui,
seus frutos alimentam.
Não há quem não se encante
com a magia que flui
desse organismo vivo e
vibrante.
É bonito, é nobre,
chega a ser grandioso.
Nossa devoção, nossa paixão, nosso orgulho,
NÁUTICO.
ETERNO.
sexta-feira, 10 de março de 2017
UM POEMA DE AFFONSO TABOZA
ALDEIA UNIVERSAL[i]
Affonso Taboza
Nosso
Universo é feito de aldeias,
mini,
pequenas, médias e ingentes,
onde
vive ou vegeta o ente humano.
Culturas
e raças? Bem diferentes...
Nesse
cadinho humano que é a Terra,
regem
a vida as emoções pessoais,
amor
e ódio, frustrações e anseios,
sentimentos
de fato universais.
Peca,
portanto, quem desconsidera
verdade
de tamanha relevância:
Se
os sentimentos dão o tom da vida,
cada
aldeia tem sua importância
pois
é nela que a vida acontece.
E a
vida na Terra não é mais
que
a soma das vidas nas aldeias,
com
seus erros e acertos naturais.
Por
isso, um romance ali vivido
não
se anula no confim regional.
Verdade!
Desde que retrate a alma,
todo
romance é universal.
[i] Estes versos foram
por mim escritos
a propósito da frase de Dostoiévski:
“Se
quer ser universal, cante sua aldeia”.
A
frase famosa e os versos ilustram as
páginas
iniciais do meu romance
Ventos da Fortuna, 2006, 356 páginas.
sexta-feira, 3 de março de 2017
LEITURA PARA QUARTA-FEIRA DE CINZAS - VIANNEY MESQUITA
“LEMBRA-TE, HOMEM, QUE ÉS PÓ”...
Vianney
Mesquita*
O fraco teme a morte; o infeliz a chama; o
temerário a provoca; e o sensato a espera. (BENJAMIN FRANKLIN).
É hoje
um dia de igreja católica lotada, muitas vezes até por pessoas que a frequentam
somente nesta data, quer por superstição, arrependimento pelos seus transportes
durante o carnaval, ou mesmo as duas razões combinadas. Infelizmente,
entretanto, é ressaltado o primeiro pretexto, manifesto na crendice, retratado
na superstição e no fanatismo religioso.
Oportuna,
porém, é a ideia de todos evocarem a leitura na Bíblia em Língua Portuguesa,
onde está expressa, em Gênesis, 3:19, a divisa Lembra-te, homem, que és pó e em poeira te tornarás, quando o
Criador, perpetrada a falta original, expulsou Adão do Paraíso,
prescrevendo-lhe intensos trabalhos, rematados com a morte, ocasião em que o
corpo - a carne – de nada mais aproveitará.
De
modo diverso do ocorrente no lado oriental, a cultura do Ocidente nos infundiu
a ideia de que o fim pela morte é algo terrível, embaraçoso, porquanto está
disposta nos limites do impossível a admissão da nossa finitude, do termo
definitivo da vida, de modo a persistirmos no raciocínio irreal e ilusório de
que não se efetivará a condução da alma para a Outra Dimensão, pois a
existência terrena seria sem fim.
Eis,
entretanto, que balança esta “convicção”, absolutamente equivocada, ao menos
uma vez por ano e no primeiro dia da Quaresma, coincidente com a Quarta-Feira
de Cinzas. É quando, pois, o sacerdote da Igreja de Roma – cruzando na testa de
cada um as cinzas remanescentes das palhas do Domingo de Ramos imediatamente
anterior - representa Deus a nos alertar para o fato de que a Humanidade é pó e
à poeira retornará em definitivo como matéria.
Então,
ao modo como a Igreja procedia antes do Concílio Vaticano II, é substituída a
frase latina Memento, homo, quia pulvis,
es et in pulverem reverteris, igual a “Lembra-te, homem, que és pó em pó te
tornarás”, podendo o celebrante dizer, alternativamente: “Arrependei-vos e
crede no Evangelho”.
Esta
verdade é terminante e vale para a Humanidade inteira, esteja a pessoa na
velhice, quando madura, na condição de preferencial
– como é da moda – com vigor na saúde e gozando de bem-estar socioeconômico, na
doença e indigência, e, em particular, na juventude ou como adulta nova, em
qualquer estado, se impõe que todos se deem conta de que “o reino do céu está
perto”, sendo crucial que preparemos o caminho do Senhor, endireitando nossas
veredas, à maneira como expresso por João Batista, a voz que clamou no deserto.
Então,
no dia inaugural da Quaresma, examinemos a consciência e intentemos remover os
habituais excessos, apagar as rixas com o próximo, viver mais a Palavra, ao
procurar a indicação divina, a fim de que seja delineada a correção dos rumos,
sem simuladas carolices nem devoções aparentes, vedadas as manifestações de
atitudes, limitadas ao âmbito do edifício da igreja, porém com eficácia em todo
lugar e a qualquer tempo.
De tal maneira, experimentemos a chance de
atualizar nossa Contabilidade para demonstrá-la em balanço perfeito aos órgãos de controle do Alto, com vistas a
deixar nossos registros sempre limpos e nossa ficha sem rasuras nem lacunas que
se façam obstáculos impeditivos do nosso intento de salvação.
Assim,
completando a reticência do título, está em Gênesis, 3:19, a importantíssima
divisa latina Memento, homo, quia pulvis
es et in pulverem reverteris, convidando-nos a evocar a noção de que, na
qualidade de corpo, somos cinzas, aquelas cruzadas hoje na testa de cada um.
*Vianney
Mesquita é professor da Universidade Federal do Ceará. Acadêmico Titular da
Academia Cearense da Língua Portuguesa e Academia Cearense de Literatura e
Jornalismo. Imortal-fundador da Arcádia Nova Palmaciana – Cadeira número um.
Escritor e jornalista. Membro da Associação Internacional de Jornalistas
(Bruxelas – Bélgica – U.E.).
ZENAIDE MARÇAL HOMENAGEIA, COM SONETO, GISELDA MEDEIROS PELA OUTORGA DO TÍTULO DE "PRINCESA DOS POETAS DO CEARÁ"
Templo
À Princesa dos Poetas do Ceará – Giselda
Medeiros
Quando
terão meus versos a beleza
que
cinge teus poemas preciosos
nos
quais os temas têm tal sutileza
que
soam leves, ricos, primorosos?!
Quando
terão meus versos o poder
de
transmitir nas rimas o valor
dos
lindos versos que fazes nascer
como
se fora um terno ato de amor?!
Pois
é assim, a amar cada palavra,
que
cada linha que tua pena lavra
transmite
sempre um mundo de emoções...
E
penso, até, que fazes da Poesia
um
grande templo em que a sabedoria
versos
te dita em forma de orações!
Zenaide
Marçal (04/2002)
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