MINIPOEMAS
Giselda Medeiros
1.
Anoitece...
Acendem-se em meus olhos
as pálidas sombras
de tuas formas
inexatas
em asas de cimento
lento crepitar
de círios mortos.
2.
A lua teve
fome.
e devorou os
nossos sonhos.
]Depois
apareceu no céu
esplendidamente
cheia.
3.
Em meu último momento
que se cumpra
este desejo:
receber o
sacramento
da
extrema-unção do teu beijo.
4.
Há esperanças navegando
nas rugas
de meu rosto.
E há caminhos
navegados
nas linhas de minhas mãos.
5.
Hoje
quero apenas
o perfume das
canções
que aprendi
de minha mãe
quando o amor
plantou um
lindo sol
em minha longa
manhã
de inverno.
6.
Quis aprender
o sentido da
vida,
os mistérios
que dormem na dor,
a luz que
fulgura
nas sombras...
E aprendi
simplesmente
teu nome.
7.
Se te fores de
mim
não murmures
palavras
de adeus.
Vai como a
primavera
que deixa
no tempo
a beleza das
rosas.
8.
O homem caminha
sol a sol
sobre as águas
da vida
até que, de
repente,
naufraga.
E os outros
lhe tecem canto
de saudade
à espera do
próximo náufrago.
9.
Oh... as
mães...
são catedrais
de amor,
salmos de fé.
O pão e o
vinho.
Mar e
continente
em eterno
crescimento
na sagração do
fruto...
dia a dia.
10.
Assim como um
grito,
teus dedos
alongaram-se
sobre as
minhas dunas.
E houve festa no
silêncio das areias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário