segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

TREVO- Giselda Medeiros



Tua ausência
é como este exílio
que me detém
feito pássaro sem asas
feito rio sem a foz
feito árvore sem frutos.

Tua ausência
é como este verão
que me calcina
que me alucina
que matou a menina
que deixaste
perdida na mina
do abandono.

Tua ausência
é toda esta saudade
que me invade
que me alaga as margens
soletrando adeus
taciturna
muda
no silêncio desta noite
cartilha em que aprendi
que o amor é coisa que não passa
é o túmulo onde jaz
o travo do trevo
plantado em tua boca
de adeus.

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