quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

QUERO-TE
Quero-te assim
com essas mãos de adeuses
bordando frios luares
na minha túnica de sonhos.
Quero-te assim
com olhos de andorinha
visualizando a placidez
dos silêncios.
Quero-te assim,
filósofo dos efêmeros abraços,
andarilho, Quixote, Orfeu.
Quero-te assim,
mar revolto
com seus lúcidos queixumes
batendo em minhas praias, insistente,
com a fúria de teu sal.
Quero entoar-te um canto cheio
de tua luz buliçosa,
encher-me as ruas desertas
de teus passo peregrinos.
Quero-te assim como és.
Giselda Medeiros

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