segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

SONATA AO LUAR


Meus olhos são como os crepúsculos
que acompanham o vazio das tardes
e choram a solidão das urzes
indiferentes à escuridão das noites.
Meus olhos guardam as súplicas de Orfeu,
o desespero de Tântalo,
a dor de Prometeu.
Meus olhos são como os crepúsculos..
Retêm o silêncio das torres da matriz
e a voz queixosa dos sinos... são o alaúde
que restou sem cordas sobre as ancas do Tempo.
Mas, quando vieres,
assim como um milagre,
aprenderão a solfejar, com o vento,
as mais lindas sonatas ao luar.
Giselda Medeiros

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