sábado, 6 de fevereiro de 2010

ONICANTO - GISELDA MEDEIROS


O que me faz cantar
não é a mansitude quente de teus olhos
nem a leveza morna de tua pele
nem mesmo a afoiteza de tuas mãos
quando me gritam: "terra a vista!"

O que me faz cantar
não é o murmurar róseo de teus lábios
nem o pulsar intangível de teu peito
junto ao meu
nas horas em que o amor nos vence.

O que me faz cantar assim,
e tanto, e tanto,
são essas âncoras com que me prendes
como hera e estrela,
como ponte e madrugada,
sem ausências nem adeuses,
no caminhar silente do tempo
que, nos consumindo,
faz de nós amantes e amados,
humanos e divinos.

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