domingo, 30 de dezembro de 2018

MAIS UM POEMA DE ADELINA GARRIDO CHARNECA





BREVE CONTO DE AMOR SEM PRINCIPIO NEM FIM!


... que importa se não me queres,
nem me importa que me mintas;
que fazer a este coração que te ama,
não posso mais contrariá-lo,
nem esquecer tudo o que a cada dia está mais vivo em mim,
que me importa, se não mais te terei,
que posso eu fazer se os meus olhos te vêm até quando durmo.
Já está chegando o Natal outra vez, mais um ano termina,
e esta batalha de esquecer-te já é uma batalha perdida,
então...
fica para sempre no meu peito,
viverei com este sentimento em silêncio,
levo-o para onde for,
e que me mate a morte mais sublime,
a morte de morrer pensando em ti,
são tantas vidas vividas,
tantas vidas, e em nenhuma foste meu,
já não és o meu desespero,
és a minha tranquilidade
já não és o meu desejo,
és a minha feliz coincidência
já não és tu e eu,
é a minha alma e a tua,
sim...
ninguém (nem tu) pode impedir-me de querer-te até ao fundo da minha alma,
nem a vida, que parece não me querer,
nem o mundo cheio de preconceito,
ninguém... ninguém... és meu todas as noites no silêncio da noite escura,
és meu,
quando caminho, ou onde quer que eu vá,
aqui no meu peito,
a tua mão sempre me guiará,
até ao final,
e que o final seja próximo.
Isto não é uma declaração de amor,
já não necessito declará-lo,
já o sabe Deus,
já o sabe a Virgem,
até o universo... e também o sabes tu,
é uma confirmação do meu amor,
e do meu sorriso,
se te vejo sorrir,
é a felicidade de saber-te assim... feliz,
e a suprema satisfação de ter conhecido o amor,
contigo!

Adelina Garrido Charneca
(poeta portuguesa)