quarta-feira, 26 de julho de 2017

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EU, O MAR E O TEMPO
Ana Paula de Medeiros





Houve um tempo
De abundância e plenitude
Ondas caudalosas
Ausência de margens
Um infinto azul
Sem limites
Sem paredes ou muralhas

Houve outro,
Em que se ergueram paredes de vidro
Limites invisíveis a olho nu
Muralhas intransponíveis
Tempos de tirania
De vendas e mordaças
Eu, caminhando em busca
De um punhado de felicidade
Quis apenas viver os oceanos
Chegar perto do horizonte
Tocar a luz da lua
Banhar-me no sal
Cheguei tão perto da Ilha
Repleta de palmeiras e falésias
Vi a terra tão próxima e possível
E quis estar ali...
Mas havia o vidro!
O vidro...
Ventos de abandono
me fizeram perder o equilíbrio
E eu caí na água
com âncoras presas nos pés.

2 comentários:

  1. Riquíssimo, continue assim, simples,bela e humana.Abraço. Naíola

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    1. Obrigada por seu comentário, Naiola. Continue visitando-nos. Grande abraço. Giselda Medeiros.

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