sábado, 31 de dezembro de 2016

FELIZ ANO NOVO! - POEMA DE GISELDA MEDEIROS


Feliz Ano Novo!
Giselda Medeiros


O ano começa...
Uma nova luz te chegará
pela primeira aurora.
E teus sonhos serão sóis,
que hás de conservar ardendo,
sempre em chamas.
Eles te impulsionarão,
da aurora ao arrebol de cada dia
da tua vida!
A felicidade, então, te sorrirá,
em asas e plumas,
mesmo na languescência
dos poentes...
E A LUZ!
A luz do teu sonho
virá, sempre,
pela madrugada sangrenta,
e desabrochará,
linda e majestosa,
em pétalas!
Faça-se a Luz!
Feliz Ano Novo!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

MENSAGEM DE NATAL - PAPA FRANCISCO


  O Natal costuma ser sempre uma ruidosa festa; entretanto se faz necessário o silêncio, para que se consiga ouvir a voz do Amor.
      Natal é você, quando se dispõe, todos os dias, a renascer e deixar que Deus penetre em sua alma.
      O pinheiro de Natal é você, quando com sua força, resiste aos ventos e dificuldades da vida.
      Você é a decoração de Natal, quando suas virtudes são cores que enfeitam sua vida.
      Você é o sino de Natal, quando chama, congrega, reúne.
      A luz de Natal é você quando com uma vida de bondade, paciência, alegria e generosidade consegue ser luz a iluminar o caminho dos outros.
     Você é o anjo do Natal quando consegue entoar e cantar sua mensagem de paz, justiça e de amor.
     A estrela-guia do Natal é você, quando consegue levar alguém, ao encontro do Senhor.
     Você será os Reis Magos quando conseguir dar, de presente, o melhor de si, indistintamente a todos.
      A música de Natal é você, quando consegue também sua harmonia interior.
      O presente de Natal é você, quando consegue comportar-se como verdadeiro amigo e irmão de qualquer ser humano.
      O cartão de Natal é você, quando a bondade está escrita no gesto de amor, de suas mãos.
      Você será os “votos de Feliz Natal” quando perdoar, restabelecendo de novo, a paz, mesmo a custo de seu próprio sacrifício.
      A ceia de Natal é você, quando sacia de pão e esperança, qualquer carente ao seu lado.
      Você é a noite de Natal quando consciente, humilde, longe de ruídos e de grandes celebrações, em silêncio recebe o Salvador do Mundo.
      Um Feliz Natal a todos que procuram assemelhar-se com esse Natal.
                                                                                                                     Papa Francisco


quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

INAUGURAÇÃO DA BIBLIOTECA MARCELO LINHARES, DA ACADEMIA FORTALEZENSE DE LETRAS

FOTOS DA ASSINATURA DE CONTRATO DE COMODATO ENTRE FARIAS BRITO E ACADEMIA FORTALEZENSE DE LETRAS.
INAUGURAÇÃO DA BIBLIOTECA MARCELO LINHARES E DO ESPAÇO DA PALAVRA.









domingo, 4 de dezembro de 2016

MORRE, AOS 86 ANOS, O POETA FERREIRA GULLAR



Indicado ao Nobel de Literatura e detentor de dois Jabutis e do Prêmio Camões, escritor maranhense é conhecido por obras como "Muitas Vozes" e "Poema Sujo", considerado sua obra-prima. Ele morreu de pneumonia.

Gullar, cujo nome verdadeiro era José de Ribamar Ferreira, era membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) desde 2014. Ele nasceu em São Luís do Maranhão em 10 de setembro de 1930.
O maranhense descobriu a poesia moderna aos 19 anos de idade, ao ler Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira. Segundo perfil no site da ABL, de início, o jovem ficou escandalizado, mas logo se tornou um poeta experimental radical.

"Eu queria que a própria linguagem fosse inventada a cada poema", disse ele. Em 1954, o livro A Luta Corporal o lançou no cenário literário. Os últimos poemas do livro provocariam o surgimento na literatura brasileira da "poesia concreta", de que Gullar foi um dos participantes. Mais tarde, ele passou a integrar o grupo neoconcreto, formado por artistas e poetas do Rio de Janeiro.
Gullar levou suas experiências poéticas ao limite da expressão, criando o Livro-Poema, o Poema Espacial e o Poema Enterrado. Este consiste numa sala no subsolo a que se tem acesso por uma escada; após penetrar no poema, deparamo-nos com um cubo vermelho; ao levantarmos este cubo, encontramos outro, verde, e sob este ainda outro, branco, que tem escrito numa das faces a palavra "rejuvenesça".

Luta política
Depois do Poema Enterrado, Gullar partiu para a luta política revolucionária. Ele aderiu ao Partido Comunista e passou a escrever sobre política e participar da luta contra a ditadura militar. Teve, então, de recorrer ao exílio em Moscou, Santiago do Chile, Lima e Buenos Aires.
Durante o exílio na capital argentina, ele escreveu o Poema Sujo, que com quase cem páginas é considerado sua obra-prima, tendo sido traduzido para várias línguas e publicado em vários países.
No campo do teatro, após o golpe militar de 1964, o escritor e um grupo de dramaturgos fundaram o Teatro Opinião, que teve importante papel na resistência à ditadura. Com Oduvaldo Vianna Filho, Gullar escreveu as peças Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come e A saída? Onde fica a saída?

Retorno ao Brasil e prêmios
O poeta voltou ao Brasil em 1977, e foi preso e torturado. Libertado por pressão internacional, ele voltou a atuar na imprensa carioca e, depois, como roteirista de televisão. Em 1980, Gullar publicou Na vertigem do dia e Toda Poesia, livro que reuniu toda sua produção poética até então.
Em 1999, ele publicou Muitas Vozes, que recebeu os principais prêmios de literatura daquele ano. Três anos depois, foi indicado para o Prêmio Nobel de Literatura.

Ele foi agraciado com o Prêmio Jabuti duas vezes, em 2007 e 2011, por Resmungos e Em Alguma Parte Alguma, respectivamente. Em 2010, Gullar recebeu o Prêmio Camões, o mais importante prêmio literário dos países de língua portuguesa.

POEMA DE FERREIRA GULLAR


Traduzir-se
Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.
Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.
Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.
Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.
Traduzir-se uma parte
na outra parte
- que é uma questão
de vida ou morte -
será arte?


sábado, 3 de dezembro de 2016

UM POEMA DE ANA PAULA MEDEIROS


TEOREMA DA DISTÂNCIA
Ana Paula de Medeiros Ribeiro

Distância, na geometria,
É reta que liga dois pontos. No amor,
É silêncio
É linha sinuosa
Que desvia caminhos
Evita estar próximo
E economiza carinho.
Para saber a distância,
na matemática,
Aplica-se um teorema
Traça-se a reta
Desenha o triângulo
Soma catetos.
No amor,
É equação diferente
Mede-se o desejo
A intensidade do beijo
A soma do quadrado dos minutos
Do querer estar junto
Mesmo quando não dá
Quanto mais perto do zero
Mais longe se está.
Na geometria,
distância é valor numérico
Expresso em cifra fria.
No amor,
Distância é agonia
É sofrimento também
É líquido derramado
Feito lagoa nos olhos
É aguardar um "bom dia"
Que nem sempre vem.
É dor que não tem forma
É abandono que faz chorar
É fome, naufrágio
Um poço de saudade
Mais profundo que o abismo

E bem maior que o próprio mar.