quinta-feira, 12 de junho de 2014


Andrômeda e a Lua

Oh, Andrômeda, princesa de sorte extrema
Que no teu encanto sofreste as agruras
Da inveja e da luxúria de outras ninfas
Para ser imolada pela alma dos humanos.

E no caos do pavor da ameaça da morte
Entre um monstro saído das entranhas do mar
E um rochedo que a emparedava para a desgraça fatal
Tuas correntes foram quebradas para viver um grande amor.

Sob a luz do luar, na praia de Poseidon
Perseu, guerreiro dos mais fortes
Trazia em troféu, a górgona Medusa
Sob a luz do luar e o brilho das rochas
Enfrentou em um ímpeto de bravura
A sangue frio, o monstro marinho.

E por amor, Andrômeda, foi transportada
Para o infinito etéreo de uma constelação ímpar
Constelação das estrelas enamoradas
E como estrela ninfa, empresta a sua luz
Para que a lua incandescente
Embebede os poetas com tamanha melancolia.

Andrômeda, donzela de beleza tão presente
Dos deuses, presente para os pobres mortais
Que vislumbram cheios de esperança o firmamento
E vêem à noite, frente a frente
Andrômeda, linda e nua
E a lua, serena, seduzindo os poetas.

Nesse instante, o céu enfeita-se, reluzente na noite escura
E desfigurada, a solidão, amedrontada, foge de Andrômeda
E se entrega a orvalhada e pálida lua.

Lila Xavier