sábado, 5 de outubro de 2013

DE "SENDAS DO SACRÁRIO



ADAGA - HERMÍNIA LIMA

 Ah! Essa adaga em riste
 a retalhar-me as carnes.
 E o estorvo de erguê-la
 pensando em tuas mãos ensanguentadas.

 Ah! O dissabor de saber
 o azul da tarde tingido
 pelo carmim do golpe
 e pelo talhe no sonho.

 Ah! A alegria insistente
 que traz da mesma adaga outra imagem,
 a retalhar-me o grito do espasmo cintilante
 chovendo sobre almofadas.

 Ah! Esse poder fálico revelado,
 trazendo o riso e a gratidão da alma...
 E o prazer de vê-la,
 pousada, em repouso,

 após a glória do bom-combate.