quarta-feira, 4 de agosto de 2010

CANÇÃO DA ENTREGA



Deixa-me assim,
pequenina entre teus braços,
nesta paz de pedras adormecidas
a esperar as águas que virão
do teu mar.
Quero esta paz imensa de madrugada
que faz tremer meu verso,
mais nada.


Depois, o extremo...
Quero o fremir, o grito
que acenderá as luzes de poemas,
lírios despetalados.
Abrir-te-ei minha alma
- a corola -
e nela pousarás qual afoito colibri
na rosa
ao sopro da canção que te escrevi.
Aí, seremos água e fonte
e asas riscando os horizontes.

(do livro Tempo das Esperas)