terça-feira, 8 de junho de 2010

MAIS UM POEMA DE "ÂNFORA DE SOL"


DOCE BRISA DE CRISTAL
Não me desacostumes de ti!
Do que me serviriam as estrelas
se eu não pensasse nos teus olhos?
Do que me serviria a aurora
se eu não conhecesse a prata dos teus cabelos?

Não me desacostumes de ti!
Que beleza poderia haver nas tardes
se eu não pensasse nos teus braços me enlaçando?
Que poesia restaria inédita
se não fora aquela falada ao meu ouvido?

Não me desacostumes de ti!
Não negues a palavra que te escrevo,
pois se longe estou, longe de ti,
é tão longo o tempo, o presente tão distante,
e o futuro, assustador!
Sem ti, ó doce brisa minha de cristal,
os dias são fantasmas, nada mais,
gargalhando em minha amarga solidão.


Giselda Medeiros