sexta-feira, 26 de março de 2010

MAR DISTANTE - Giselda Medeiros



Há um gemer de ondas
em minha voz aflita
quando te imagino mar
distante, inacessível.

Minhas mãos desfolham-se
em tristezas magoadas
por não poderem conter
a geometria do teu corpo
distante, inacessível.

Tudo foge
como o rumor das asas
em travessia.
Não há nuvens de canções sobre as auroras
afagando o céu de minhas emoções.
Sou uma longa tarde de estio
a contemplar o vôo das asas
em travessia...
E o trajeto do teu corpo,
mar distante e inacessível,
sob o imaginário do meu pensamento,
abre-se sobre mim qual gigante arco-íris
de sonho.


(Tempo das Esperas)