domingo, 17 de janeiro de 2010


QUEM?

Mas, quem ouvirá a minha voz
tão pequena
ante a implapável luz das estrelas?
Quem se assustará com as emoções roubadas
das estátuas frias da praça?
Quem me abrirá as mãos de flor selvagem
sobre meus pulsos mortos?

Quem pousará vivo no meu coração
o pássaro do amor?
Quem???

Giselda Medeiros



DO SILÊNCIO

Se faço uma canção

de madrugadas e luares,

de brisas e de silêncios,

é que te espero o sorriso

na solidão do meu riso,

amarelo e sem vigor,

querendo alçar o seu voo

de Ícaro.

Teu corpo resvala

no silêncio do meu corpo,

metáfora e alegoria

domadas, tão bem urdidas,

desferidas como dardos

no texto de minha vida.

E o silêncio grita indomado

no instante buliçoso

amordaçando o sorriso

no lábio cheio de versos.

Giselda Medeiros