quinta-feira, 29 de abril de 2010

INFÂNCIA - Giselda Medeiros


Descoloriram o desenho da minha infância
e pisaram com botas de sete léguas
o canteiro de cirandas
que eu cultivava.
Soltaram da caixinha de sapatos
os sonhos que dormiam
tão tranqüilos.
E uma revoada de asas azuis
abriu-se no espaço das esperas.
Restou a criança grande
no pasmo da vida,
com fome de asas
com fome de cores
com fome de espaço
para o desenho da felicidade.
(Cantos Circunstanciais)

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